No capítulo anterior...
- Dadinho e Adriano tentam convencê-lo de que
está perdendo o interesse por mulheres
- Gerson ameaça Bernardo dizendo que o viu
entregando dinheiro para Ramon
- Joaquim e Xantara dão uma faxina geral no
apartamento para esperar a dona
- Cicciolina chega de surpresa e trata
Joaquim com desdém
CAP. 69
XANTARA: Ah,
desculpe não apresentar. Esse é Joaquim, um amigo. Ele tá começando na carreira
agora e está passando uns dias aqui porque brigou com o pai.
CICCIOLINA: Quer dizer que você aproveitou a minha
ausência pra transformar o meu apartamento na Casa de Apoio da Bichinha
Carente?
XANTARA: Não
é isso, só dei uma força porque a bicha tava na rua, foi praticamente expulsa
de casa... Solidariedade, amiga.
CICCIOLINA: Mas, deixa ver se entendi bem... Você tá
dizendo que essa bichinha aí tá começando na carreira? Mas que carreira? Avisa
pra essa coitada desistir logo desse devaneio, enquanto é tempo... Tem gente
que não se enxerga...
Joaquim apenas observa,
constrangido.
CICCIOLINA: Bom querida, já que você quer seguir
carreira, segue lá pro saguão e traz as minhas malas. Juro que se meu humor
melhorar um pouquinho eu até te dou alguma dica algum dia. Mas só se o meu
humor melhorar muito mesmo. Vamos, pegue as malas lá. Tá esperando o quê?
Joaquim corre ao hall e volta
arrastando três malas enormes.
CICCIOLINA: Cuidado com as minhas malas, ô coisinha
estranha. Cada mala dessas custa mais do que você já ganhou em sua vida
inteira. Aproveita e já leva lá pro meu quarto, com cuidado, erê!
XANTARA: Mas,
me conte as novidades, amiga. Estou curiosíssima...
CICCIOLINA: Pois vai continuar assim, querida, porque
enquanto eu não tomar um banho maravilhoso, com tudo que eu tenho direito, eu
não abro a boca, não solto uma vírgula.
Em Blumenau, Tatão e Vanilda
conversam na área enquanto a mulher estende as roupas para secar.
TATÃO: E
nossa menina, como é que tá se comportando?
VANILDA: Até
agora tá se comportando direitinho. Hoje até me ajudou a arrumar a cozinha. E
olha que eu nem pedi.
TATÃO: Mas
peça. Não deixa ela acomodar não. Sempre dê alguma tarefa, não deixa ela à toa
não. O maior culpado pelas atitudes dos filhos geralmente são os próprios pais.
VANILDA: Você
acha?
TATÃO: Eu
tenho certeza. Se você ensina, eles aprendem desde pequeno. Agora, se criar na
rédea solta, depois você perde o controle e não adianta tentar retomar.
VANILDA: É,
pode ser que você tenha razão...
Gilberto sai do escritório da
patroa, logo após ter recebido seu pagamento.
ADRIANO: E
aí, feliz com a bufunfa?
GILBERTO: Nem
um pouco. Tô achando que essa mixaria não vai dar nem pra pagar as contas. Só aquele
hotel me custa uma grana...
ADRIANO: Uai,
se você quiser dividir aluguel comigo, pode ficar mais barato pra nós dois...
Além do mais a gente pode se divertir um pouco...
GILBERTO: Sai
fora, rapaz! Eu sei muito bem o que você tá querendo...
ADRIANO: Então
vai morar com a Dadinha! Quem sabe ela não te banca de graça? Mas olha, vai ter
que comparecer do mesmo jeito... (risos)
GILBERTO: Palhaço!
Mas falando sério, esse negócio de morar em hotel não sai barato...
ADRIANO: Morar
sozinho também não. É aluguel, água, luz... Dividir é sempre a melhor saída
mesmo.
GILBERTO: Eu
tô pensando a vida, não sei se quero continuar aqui nessa cidade...
ADRIANO: Mas
você tá pensando em voltar pra casa dos seus pais?
GILBERTO: Não,
de jeito nenhum... Mas de repente ir pra outra cidade onde tenha outras
oportunidades de trabalho, porque aqui nessa escola eu nunca vou passar de
faxineiro, entende?
ADRIANO: É,
isso é verdade. Aqui seu diploma vai ser um cabo de vassoura, e olhe lá!
GILBERTO: Mas
por outro lado, preciso continuar estudando. Sem estudo a gente não chega a
lugar nenhum. Basta ver o meu pai e a minha mãe...
ADRIANO: Por
falar em mãe, você tem falado com seus pais?
GILBERTO: Faz
um tempo que não mando notícias. Aliás, foi muito bom você ter me lembrado.
Hoje mesmo vou ligar pro Boneca...
Horas mais tarde, num orelhão
perto do hotel.
GILBERTO: Como?
A minha mãe tá doente? Internada? Ai meu Deus!
Continua amanhã...
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Você sabia?
O Royal College of
Psychiatrists (Faculdade Real de
Psiquiatria) do Reino Unido, em 2007, afirmou:
Apesar
de quase um século de especulação psicanalítica e psicológica, não há nenhuma
evidência concreta de que a criação dos filhos ou as primeiras experiências da
infância desempenham qualquer papel na formação da orientação sexual de uma
pessoa, seja ela heterossexual ou homossexual.
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