No capítulo anterior...
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Juarez e Lourdes tentam impedir que Bernardo participe do casamento junino, mas
ele não aceita
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Na festa Junina Bernardo se casa com Joana, desagradando a família dela que também
reprova
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Bebel vai ao laboratório fazer exames e fica apreensiva ao ver portadores do
HIV
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Gilberto pede para treinar na academia de Reynaldo, mas este inventa uma
desculpa
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Juarez pressiona e Bernardo revela que é transexual e que vai fazer a cirurgia
para mudar de sexo
CAP. 189
JUAREZ
(em choque): Como é que é?
AIRTON: Você
vai cortar os negócio s de homem e vai colocar um negócio de mulher?
BERNARDO: É
isso mesmo! Vou fazer uma cirurgia de readequação genital. Eu já me sinto uma
mulher, agora só preciso ser uma mulher completa. E depois de fazer a cirurgia,
vou entrar na justiça para mudar meus documentos. Aliás, de hoje em diante eu
não quero que me chamem mais de Bernardo. A partir de hoje só respondo se me
chamarem de Betina. Esse é o meu nome de mulher: Betina.
JUAREZ
(ofegante): eu não acredito! Eu não acredito! Isso é demais pra minha cabeça!
Eu acho que eu vou.../ (cai duro no chão)
Todos correm em seu socorro.
LOURDES: Corre
lá Simone! Traz o álcool! Gerson busque uma água com açúcar! Corre! (para o
marido) Juarez! Juarez! Acorda homem! Pelo amor de Deus!
AIRTON (para
Bernardo): Tá vendo o que você fez?
GERSON: Toda
vez que você vem com essas suas histórias alguém passa mal! Você não devia
falar essas barbaridades aqui!
Bernardo corre para o telefone
e chama uma ambulância.
Juarez não volta, apesar de
todos os esforços da família. Nisso a ambulância chega, os médicos o colocam na
maca e o levam para o hospital.
O clima fica muito tenso na
casa.
No final da noite, Reynaldo
entra para o banho e deixa o celular sobre a cama. Gilberto chega da escola e
nota quando o aparelho vibra acusando o recebimento de uma mensagem. Gilberto
tem a curiosidade de olhar e lê: “te aguardo amanhã às 18 no clube de sexo”.
Gilberto deixa recoloca o
aparelho no lugar e vai para a cozinha, para dar a entender que não viu nada.
Na cozinha, ele fica pensativo.
GILBERTO
(para si mesmo): Encontro no clube de sexo? O que esse cara anda aprontando?
De volta a Brasília, Célia
chega do apartamento, onde dá os últimos retoques na decoração. Diógenes a
espera na sala.
DIÓGENES: Por
onde a madame andava até essa hora?
CÉLIA: Nossa!
Não vai nem esperar eu acabar de chegar pra começar a me torrar a paciência?
DIÓGENES: Agora
é assim né? Tudo é torrar a paciência... Você acha certo uma mãe de família
ficar na rua até essa hora batendo perna?
CÉLIA: Sem
sermão, por favor. Se eu tava na rua até agora, certamente era fazendo alguma
coisa mais interessante do que ficar aqui nessa casa olhando pra essa sua cara
mal humorada.
DIÓGENES: Eu
vou te dizer uma coisa: eu tô tentando levar adiante essa situação, mas não tá
dando não... Cada dia tá mais difícil pra mim. E vou te dizer mais: as crianças
tão começando a ficar desconfiadas dessas suas andanças. Todo dia é passeio,
todo dia é reunião com amiga... Agora mesmo elas vão começar a perguntar...
CÉLIA: Sempre
as crianças né? Sempre as crianças... Crianças, que crianças? Todo mundo é
adulto nessa casa... Aliás, se o problema for esse, eu vou conversar com eles.
Vou explicar que o casamento dos pais deles acabou faz tempo, mas você é o
único que ainda não percebeu isso.
DIÓGENES: Eu
te proíbo de fazer isso. Você não se atreva.
CÉLIA: Então,
se você não quer que eu conte a verdade, me deixe em paz. Aliás, vou tomar um
banho porque eu tô cansada. Boa noite. (e sai)
Na manhã seguinte, Betina vai
ao apartamento de Lorraine.
LORRAINE: Mandei
te chamar aqui porque tem alguém ali que gostaria muito de te ver... Vai lá na
cozinha.
Betina vai até a cozinha e se
depara com Pâmela, sua amiga do Recife.
BETINA: Meu
Deus! Que surpresa boa! Não acredito! (se abraçam forte)
PÂMELA: Nossa!
Como você tá diferente! Tá toda feminina já... Roupa de mulher, cabelo de
mulher, unha de mulher...
BETINA: E
agora nome de mulher também. Já falei na escola e até lá em casa que agora só
quero que me chamem pelo meu nome feminino: Betina.
PÂMELA: Lindo
nome. Combina com você. Perfeito! Você já é uma mulher, Betina. Só falta fazer
a cirurgia pra virar mulher de verdade...
BETINA: Menina!
Essa história da cirurgia deu o maior bode... Meu pai teve um ataque cardíaco e
foi parar no hospital. Tá internado até hoje.
PÂMELA: Eu
soube. A Lorraine me contou tudo... Também, a senhora resolve casar vestida de
noiva e tudo... Assim não há pai que resista...
BETINA: Ai,
eu tô me sentindo tão culpada... E o pior é que a minha família inteira tá me
culpando também. Tá todo mundo de cara feia pra mim lá em casa, dizendo que eu
quase matei meu pai.
PÂMELA: Querida,
essas coisas acontecem. Você não tem culpa de nada. Se não fosse por sua causa,
seria por outra. Se o seu pai tem um problema cardíaco, um dia ele vai sofrer
as consequências disso. Seu pai tá sofrendo agora. E você, que sofreu a vida
inteira reprimindo a sua sexualidade, a sua identidade de gênero... Você compreende?
Cada um tem a sua parcela de sofrimento. Todo mundo sofre na vida, de um jeito
ou de outro. Você não deve se culpar pelo que aconteceu com seu pai. Você sabia
que ele tinha problemas cardíacos?
BETINA: Não.
Ninguém sabia...
PÂMELA: Então...
O fato de ter acontecido com você, foi uma coincidência. Uma infeliz
coincidência. Poderia ter acontecido em outra circunstância. Você não tem culpa
de nada...
BETINA: Só
você mesma pra me confortar, aliviar esse peso das minhas costas. Obrigado, Não
sei nem como te agradecer.
PÂMELA: Esqueça
tudo isso. Me conte as novidades, quero saber de tudo que você tem aprontando
aqui no Planalto Central... Senta aí e me conta tudo...
No final da tarde, Gilberto vai
ao clube de sexo. Ele chega após as dezoito horas, guarda suas roupas num
armário e se dirige para um quarto escuro, onde não possa ser visto.
Pouco depois ele começa a
percorrer os cômodos, com todo cuidado. Depois de passar por uns quatro ou
cinco ambientes, escondido atrás de uma cortina, ele vê uma coisa que desperta
a sua atenção: numa imensa cama coletiva, vários homens fazem sexo juntos e
dentre eles está Reynaldo.
GILBERTO
(para si mesmo): Eu não acredito! Então é pra cá que o safado vinha? Ele é
adepto desse tipo de orgia... Não é possível!
Continua amanhã...
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Você sabia?
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