No capítulo anterior...
- Bebel consegue sacar um estilete de sua
bolsa e vira o jogo, acuando o cliente
- O rapaz recua, mas insiste. Bebel ameaça
feri-lo e diz que vai embora
- O cliente ameaça denunciá-la. Bebel pula o
muro do motel e foge apressada
- Lourdes narra ao marido o episódio do
casamento. Juarez defende Bernardo
- Célia leva Joana em casa e seu pai exige
explicações sobre sua companhia
CAP. 174
TATÃO: Você
não me respondeu Joana. Quem é aquela mulher?
JOANA: É
a mulher do dono da loja pai. Que interrogatório é esse?
TATÃO: Interrogatório
nenhum. Eu fiz uma pergunta e você não me deu resposta, só isso.
JOANA: Então
pronto, tá respondido. Posso entrar agora?
TATÃO: Pode.
Eu vou continuar aqui tomando a fresca e batendo um papo aqui com o seu Lalo.
JOANA: Tá
bom pai. Fui. (e entra)
Bebel chega logo em seguida,
caminhando com dificuldade. Já no apartamento...
LORRAINE: Chegou
cedo hoje amiga. O que houve?
BEBEL: Menina!
Você não imagina a roubada que me meti agora.
LORRAINE: Conta,
vai!
BEBEL: Um
cretino queria me obrigar a cheirar cocaína no motel. Foi um custo pra me
livrar dele. Tive que sair fugida de lá, acredita?
LORRAINE: Que
barra hein?
BEBEL: Bota
barra nisso! Fiquei tão estressada que resolvi vir embora.
LORRAINE: E
esse pé, o que houve?
BEBEL: Então,
eu tive de pular o muro do motel e na queda caí de mau jeito...
LORRAINE: Vou
arrumar uma pomada pra você fazer uma fricção aí. Toma um banho lá que depois
eu faço uma massagem.
BEBEL: Puxa,
você faz mesmo?
LORRAINE: Faço.
Melhor do que ver a senhora se arrastando aí pela casa feito uma galinha da asa
quebrada... (As duas riem)
Enquanto isso, na noite
paulistana...
Reynaldo e Gilberto jantam em
um restaurante.
GILBERTO: Lugar
bacana esse...
REYNALDO: Nada,
isso aqui é um lugar legal, mas é simples, não tem nada de tão sofisticado
assim. Você não imagina o quanto tô feliz com sua presença aqui. Desde que vim
embora de Brasília, não me esqueço de você um só dia.
GILBERTO: Pra
dizer a verdade, eu também não. Tanto que tô aqui. Não consegui me esquecer de
você e de todos os bons momentos que vivemos desde o dia que a gente se conheceu.
REYNALDO: Nosso
encontro foi uma coisa meio mágica, meio conto de fadas... Primeiro que a minha
vida não se passa num ambiente de luxo como o daquele hotel. Você viu: minha
casa aqui tem tudo direitinho, mas é uma casa simples. Aquelas noites em lençóis
de linho egípcio, travesseiros de pena de ganso... Aquela imensa mesa de café
da manhã... Tudo aquilo parecia coisa de conto de fadas. E o principal, com uma
companhia que eu já jamais imaginava conhecer na minha vida.
GILBERTO: É,
na verdade eu nunca imaginei entrar num lugar daqueles. Só via aquilo em filme,
na TV... Aqueles caras todos me chamando de “senhor”... “Senhor” pra cá, “senhor”
pra lá... Tinha hora que eu até ficava com vergonha... Mas eu não sou nada
dessas coisas que você diz, sou um pobre coitado...
REYNALDO: Aí
que você se engana. Você é uma pessoa muito especial, mas não no sentido de “ter”,
você é muito especial exatamente no sentido de “ser”. Você é um cara simples,
humilde, educado, atencioso, uma companhia agradável. A sua simplicidade é algo
realmente encantador.
GILBERTO: Na
verdade não entendo muito bem isso que você diz... Todas as pessoas não são
assim?
REYNALDO: Não,
infelizmente não são. Eu cresci aqui em São Paulo, estudei numa faculdade
badalada, tive muitos amigos, trabalho pra uma empresa que tem filiais no
Brasil inteiro, e nunca tinha tido a oportunidade de conhecer uma pessoa legal
como você. Sempre conhecia pessoas vazias, egoístas, cheias de si, com ego
inflado, que se achavam melhor que as outras, mais bonitas que as outras, mais
gostosas, mais isso, mais aquilo, entende? Você não. Você simplesmente não se
importa com nada disso. Você é você e pronto. Não quer aparentar uma coisa que
não é. Não se vangloria das suas vantagens e nem tem vergonha de confessar suas
limitações. Enfim, você é único... Por isso que me encantei por você...
GILBERTO: Puxa!
Você falando desse jeito vou até ficar convencido...
REYNALDO: Não,
não, não... Não perca sua essência nunca! Porque isso é o que você tem de
melhor: a sua pureza, a sua honestidade, esse sorriso franco, ou essa cara de
admirado diante do que não conhece. Essa é a sua essência e o que torna
encantador.
GILBERTO: Encantador
é? Nunca imaginei que alguém fosse me dizer palavras tão bonitas. E deve ser
verdade, porque eu não fiz nada pra você dizer isso...
REYNALDO: Encantador.
Essa é a palavra. Foi por isso que me apaixonei perdidamente por você, desde o
primeiro momento.
GILBERTO: Apaixonou?
REYNALDO: Apaixonei.
E é por isso que fiz tanta questão de que você viesse pra cá: porque eu quero
muito ter um relacionamento sério com você.
Gilberto fica sem saber o que
dizer.
Continua segunda-feira...
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Você sabia?
Outros
políticos que conquistaram espaço foram: Jean Wyllys (deputado federal pelo
PSOL, com mandato a partir de fevereiro de 2011), Klaus Wowereit (ex-prefeito
de Berlim), Ole von Beust (prefeito de Hamburgo), Bertrand Delanoë (prefeito de
Paris), Jerónimo Saavedra (prefeito de Las Palmas de Gran Canaria e ex-governador
das Ilhas Canárias), e Jóhanna Sigurðardóttir (primeira-ministra da Islândia,
primeira chefe de governo abertamente homossexual desde o fim da antiguidade).
Existe também o célebre caso de Harvey Milk, pioneiro na luta pelo
reconhecimento dos direitos civis dos homossexuais nos Estados Unidos, cuja
história foi retratada no filme Milk (2008), de Gus Van Sant.
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