No capítulo anterior...
- Joana inventa para o pai que Célia é a
mulher do dono da loja em que ela trabalha
- Bebel chega em casa mais cedo e conta a
Lorraine o episódio do motel
- Reynaldo e Gilberto jantam em um
restaurante e relembram seus primeiros dias em Brasília
- Reynaldo confessa a Gilberto que está
apaixonado e revela o desejo de ter um relacionamento
CAP. 175
GILBERTO (admirado):
Nossa! Apaixonado? Mas tão rápido assim?
REYNALDO: Brincadeira,
seu bobo. Só falei isso pra ver a sua reação. Eu sou macaco velho, não sou de
me envolver tão rapidamente assim não...
GILBERTO: Ah
bom! Sendo assim eu fico mais aliviado. Eu sou muito cismado com esse negócio
de envolvimento. Já tive umas experiências que não foram muito agradáveis,
entende?
REYNALDO: Nem
fala. Eu também já me decepcionei muito. Por isso que agora meu lema é: “todo cuidado
é pouco”.
GILBERTO: Bom,
então acho que a gente vai se dar bem.
REYNALDO: Hoje
quero te levar pra conhecer uma pessoa. É um ex-namoradinho meu, da
adolescência ainda. Mantivemos contato pela vida toda e hoje aprontamos muito
juntos. Falei de você pra ele, do seu desempenho... E ele tá doido pra te
conhecer. Topas?
GILBERTO: Mas
como assim, será uma festinha à três?
REYNALDO: Se
você não tiver nenhuma objeção, é claro...
GILBERTO: Puxa!
Você me mostra cada coisa que eu nem imaginava que existia...
REYNALDO: Você
vai gostar. Sua passagem por São Paulo será inesquecível.
GILBERTO: Já
está sendo. Já está sendo...
Eles fazem um brinde.
Célia chega em casa e encontra
o marido na sala, visivelmente irritado.
DIÓGENES: Por
onde você andou, mulher?
CÉLIA: Por
aí.
DIÓGENES: Como
por aí? Agora você não tem mais horários, vive na rua, cheia de segredinhos,
quando pergunto você é totalmente evasiva... O que tá acontecendo?
CÉLIA: Eu
saí pra tomar um chope com as amigas. Agora tenho de dar satisfação de tudo?
Você não me dá satisfação quando sai pra beber com seus amigos do escritório.
DIÓGENES: É
diferente./
CÉLIA (cortando):
É diferente por quê? É diferente por quê? Me explica.
DIÓGENES: Eu
sou homem, oras. Todo homem sai pra beber com os amigos.
CÉLIA: Ah!
Não me diga! E mulher obrigada ficar em casa no pé do fogão lavando, passando, cozinhando
e cuidando dos filhos? Que coisa mais arcaica Diógenes! Isso que você tá
falando já não se usa mais no mínimo há uns quarenta ou cinquenta anos! Você
parece que tá parado no tempo...
DIÓGENES: Em
compensação a minha mulher tá muito moderninha pro meu gosto! E eu sei muito
bem o que tá por trás dessa modernidade toda: isso aqui ó (e mostra) chifre!
Muitos chifres! Galhada! Eu sei muito bem como são essas mulheres
moderninhas...
CÉLIA: Escuta
aqui, eu ainda não tô te botando chifres não. Mas pensando bem, você bem que
merecia, pra lagar de ser cretino e machista. Além do mais, eu já te pedi a
separação um monte de vezes, esqueceu? Você é que insiste em continuar com esse
casamento de aparências. A gente já não é feliz faz tempos lembra?
DIÓGENES: Eu
não tô falando? Depois vem dizer que eu não tenho razão... Tem “ricardão” na
área sim... Tem “ricardão” ciscando nesse terreiro...
CÉLIA: Por
enquanto não tem não. Mas a hora que tiver eu te aviso. Eu não sei por que você
insiste em continuar com esse casamento. Nossos filhos são quase adultos, eles
compreendem muito bem que nosso casamento acabou. Você é que não compreende.
DIÓGENES: Eu
quero preservar as crianças. Não quero os meus filhos criados por aí, com um
monte de pais diferentes, e muito menos longe de mim.
Nisso Jussara entra na sala.
JUSSARA: É
impressão minha ou vocês estão discutindo?
DIÓGENES: Não,
minha filha, a gente só tava divergindo a respeito de um assunto aqui.
JUSSARA: E
eu posso saber que assunto é esse?
CÉLIA: Não.
Esse assunto só diz respeito a mim e a seu pai. Coisa de adulto.
JUSSARA: Tá
bom, tá bom. Não tá mais aqui quem perguntou. Fui hein! (e sai)
DIÓGENES: Vamos
continuar essa conversa lá dentro. Não quero que as crianças fiquem escutando
esses bate-bocas.
CÉLIA: Eu
não tenho mais nada pra falar com você. Esse assunto já deu o que tinha de dar.
Vou tomar um banho que porque eu tô muito cansada. Boa noite. (e sai)
Diógenes fica inconformado.
Amanhece o dia na capital
federal...
Lorraine levanta e começa a
preparar os seus bombons. As horas passam e nada de Bebel se levantar.
Bernardo é o primeiro a dar o
alarme.
BERNARDO: E
a Bebel, por onde anda aquela criatura? Pelo visto a noite de trabalho foi
longa...
LORRAINE: Longa?
Não. Bebel chegou em casa cedo ontem. Ela quase levou um coió na rua ontem, mas
chegou cedo em casa. (instantes) Será que aconteceu alguma coisa? Vamos lá ver!
As duas saem correndo para o
quarto.
Continua amanhã...
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Você sabia?
Adoção
de crianças - Apesar de terem se organizado e serem responsáveis por muitos
progressos na sociedade moderna, os movimentos LGBT sofrem oposição de uma
variedade de indivíduos e organizações civis. Alguns conservadores sociais
acreditam que todas as relações sexuais entre pessoas do mesmo sexo minam a
família tradicional e que as crianças devem ser criadas em lares com pai e mãe.
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