No capítulo anterior...
- Diógenes está no banho e não ouve o celular
tocar. A garota convence Joselito a ir embora
- Bebel sai com um cliente e suas amigas
travestis ficam preocupadas. Há um mistério envolvendo o cliente
- Joselito chega em casa e encontra seu pai
dormindo sozinho. Ele deduz que Diógenes não sabe de nada
- Joselito resolve voltar ao motel na
tentativa de pegar a mãe em flagrante
CAP. 187
Joselito desce rapidamente, mas
quando chega à garagem e funciona o carro, percebe Célia estacionando o seu veículo.
Ele aguarda a mãe subir para o
apartamento e sobe logo depois.
Já no apartamento...
CÉLIA: Filho?
JOSELITO: Oi
mãe. Tudo bem? Chegando agora?
CÉLIA: É.
Tô vindo de um chá de berço da Lucinha. A gente distraiu jogando conversa fora
e nem viu a hora passar. Tarde já né?
JOSELITO: Um
pouquinho... Melhor a gente ir dormir. Boa noite.
Célia permanece na sala e toma
um uísque antes de se dirigir para o quarto. Joselito deita na cama. Ele
relembra a cena em que viu a mãe no motel. A desconfiança não lhe deixa pegar
no sono.
JOSELITO: Tem
alguma coisa muito estranha nessa história... Mas eu ainda vou descobrir o que
é... Se a minha mãe pensa que vai chifrar o meu pai na encolha, ela tá muito
enganada... Não vou deixar o coroa pagar de otário não...
O carro para e Bebel desce.
Logo suas amigas vêm a seu encontro.
TRAVESTI 1: Amiga, você conhece esse cidadão aí?
BEBEL: Não.
Por quê?
TRAVESTI 2: A senhora usou camisinha direitinho, se
preveniu como manda o figurino?
BEBEL: Mais
ou menos. Por quê? Gente, fala! Desse jeito você tão me deixando agoniada.
TRAVESTI 1: Sabe o que é amiga? A gente não quer te
deixar alarmada não, mas esse bofe aí é portador da tia...
BEBEL: Você
tá querendo dizer que ele tem HIV?
TRAVESTI 2: Isso mesmo... E na maioria das vezes ele até
oferece mais dinheiro pra fazer sem camisinha. Você não caiu nessa não né?
BEBEL: Não!
Claro que não! (pensa um pouco) Mas eu fiz sexo oral nele sem camisinha...
TRAVESTI 1: Amiga, amiga! Então você tá correndo risco de
ser premiada com a maldita!
BEBEL: Nem
fala uma coisa dessas! Nem de brincadeira! Não posso nem pensar numa miséria
dessas! Amanhã mesmo eu vou fazer o exame...
TRAVESTI 2: Não adianta, querida... Você já ouviu falar em
janela imunológica?
BEBEL: Não.
O que é isso?
TRAVESTI 2: Janela imunológica é o tempo que o vírus leva
para se desenvolver no organismo. Mesmo que você tenha sido contaminada, se
você fizer o exame amanhã, não vai aparecer no resultado...
TRAVESTI 1: Você tem de esperar no mínimo três meses pra
fazer o exame. Só depois de uns três meses é que, se você tiver sido
contaminada, vai aparecer no resultado.
BEBEL: Ai
meu Deus! Que droga! Porque vocês não me avisaram antes? Que raio de amigas são
vocês?
TRAVESTI 2: A gente tentou, querida, mas não deu tempo...
TRAVESTI 1: A gente pensou que você conhecesse a peça...
BEBEL: Se
conhecesse não teria ido... Ai meu Deus! Que inferno de vida! Será que a gente
nunca pode viver em paz?
Bebel fica aflita.
ALGUMAS SEMANAS DEPOIS...
Célia leva Joana ao shopping
para trabalhar. As duas conversam dentro do carro, no estacionamento.
CÉLIA: Tenho
uma surpresa pra você.
JOANA: Vai,
fala! Tô curiosa...
CÉLIA: Eu
tô montando um apartamento pra nós. Coisa pequena, simples, mas em breve não
precisaremos mais nos encontrar às escondidas em motel. Vamos ter o nosso
cantinho com a nossa cara.
JOANA: Jura?
Que barato!
CÉLIA: Verdade.
Assim que tiver pronto eu te levo pra conhecer. Estou tão empolgada... Você nem
imagina...
As duas se beijam.
Em São Paulo, Reynaldo leva
Gilberto a uma academia de musculação e o matricula. Na saída os dois conversam
no carro.
REYNALDO: Essa
foi a melhor que achei aqui nas redondezas. Além de ser muito boa, atende aos
nossos principais requisitos: fica próximo ao seu trabalho e também à sua
escola. De modos que você sai do trabalho, passa aqui, malha, toma um banho e
depois vai pra escola.
GILBERTO: Puxa!
Eu nem sei como te agradecer tudo o que você faz por mim. Pra mim tá ótimo, mas
pra dizer a verdade, preferia malhar na mesma academia que você, que era pra
gente ficar mais tempo junto...
REYNALDO: Não
se pode ter tudo né gato? Além do mais, a gente já fica junto em casa e se vê
algumas vezes no trabalho... Precisa mais que isso?
GILBERTO: É,
mas lá na empresa não conta. Lá você é o chefe e eu sou apenas o office-boy. A
gente apenas se olha à distância...
REYNALDO: É
melhor do que nada não é?
GILBERTO: Eu
nem sei como te agradecer. Você cuida de mim com tanto carinho. Acho que é por
isso que cada dia eu gosto mais de você...
REYNALDO: Isso
é uma declaração de amor?
GILBERTO:
Sim, é. Estou cada dia mais apaixonado por você. Só não vou te dar o “beijo
gay” porque estamos no meio da rua. E você sabe que eu sou muito reservado.
Os dois riem.
De volta a Brasília, chega o
dia da festa junina. As áreas comuns do condomínio estão todas enfeitadas com
motivos juninos. É grande a movimentação de pessoas.
Juarez e sua família chegam ao
local para assistir ao casamento junino. Ao passarem pela sala que está sendo
usada como camarim, o coronel observa pela porta entreaberta e se assusta com o
que vê: Bernardo vestido de noiva. Ele não resiste e invade o recinto.
JUAREZ: Bernardo!
Você pode me explicar que marmota é essa?
Bernardo fica estático.
Continua amanhã...
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Você sabia?
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