No capítulo anterior...
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Com muita dificuldade Gilberto consegue chegar com Hoffmann ao hospital e ele é
socorrido
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Na manhã seguinte, Gilberto visita Hoffmann no CTI e este lhe agradece por
tamanha dedicação
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O médico informa a Gilberto que o caso de Hoffmann é grave e caso ele
sobreviva, poderá ficar com sequelas
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Lourdes e Juarez resolvem aceitar Betina e lhes dão seu apoio incondicional
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Tatão e Vanilda não aceitam o relacionamento lésbico de Joana e mais uma vez
eles discutem
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Bebel faz ponto na avenida e percebe um assessor do Senador rondando a área.
Ela fica preocupada
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Durante a madrugada o caso de Hoffmann se agrava. Ele não resiste e morre
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O médico particular revela a Gilberto que Hoffmann era portador de HIV.
Gilberto se desespera
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Algumas semanas se passam
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Gilberto, Betina, Bebel e Joana saem correndo do elevador e se chocam com
Lorraine derrubando todas as suas coisas. A cena se repete, como no dia em que
se conheceram, só que agora, cada um está apressado por um motivo
CAP. 198
LORRAINE
(brincando): Ah não! Peguem todas essas coisas no chão! Ou a tia Lorraine vai
ficar muito zangada com vocês.
Rapidamente todos apanham as
coisas espalhadas pelo piso e recolocam nas sacolas. Em silêncio.
LORRAINE: Alguém
pode me explicar que correria é essa? Aonde vocês vão tão apressados?
JOANA: A
Célia tá me esperando ali no carro. (e vai saindo)
BEBEL
(cochicha): Tem alguém me esperando (e mostra a assessora do Senador). Depois
te conto. (e sai, se recompondo)
BETINA: Você
não vai acreditar! O meu amor tá aqui em Brasília. Eu preciso vê-lo! Na volta a
gente conversa. (e sai)
GILBERTO: Eu
tô indo ali. Reza por mim.
LORRAINE
(para o porteiro): Gente! Mas como essa molecada tá misteriosa hoje... Minha
Santa Katiê, protetora das bichas, o que tá acontecendo?
Joana entre no carro de Célia.
JOANA: Demorei,
gata?
CÉLIA: Bastante.
Algum problema?
JOANA: A
barra lá em casa tá muito pesada. Tô brigando direto com meus pais. Hoje eu
rasguei o verbo: falei que você tava me esperando aqui, que a gente ia sair
junto e pronto. Tô cansada de ficar inventando desculpas.
CÉLIA: Fez
bem. A verdade é sempre a melhor arma e querendo ou não, eles vão ter de
aprender a conviver com ela.
JOANA: Pior
que meu pai é cabeça dura demais. Caretão. Eu pedi a Lorraine pra falar com
eles pra frequentarem aquele grupo de ajuda de pais de homossexuais, aquele
pessoal que te falei que ajudou a família da Betina. Mas ele não quis de jeito
nenhum. Falou assim que além da vergonha de ter uma filha lésbica que ele ainda
vai ser obrigado a expor a vida dele e da família na frente de estranhos. Que
ele não vai nem amarrado...
CÉLIA: Complicado.
Mas vamos dar tempo ao tempo, quem sabe ele não muda de atitude?
JOANA: Eu
já dei tempo demais. E é por isso que eu tomei uma decisão: eu aceito a sua
proposta de morar com você. Nem que pra isso eu tenha que romper com os meus
pais.
CÉLIA: Jura?
Não acredito! Ai, como eu fico feliz com isso! (e aperta as suas bochechas)
JOANA: É
a minha felicidade que tá em jogo, poxa! Se eu não tiver o direito de decidir o
que é melhor pra mim, quem vai ter?
CÉLIA: Tá
certo. Tô muito orgulhosa de você. Bom, então vamos lá, na “nossa” casa, dar
uma ajeitada nas coisas, que é pra hora que você chegar estar tudo preparado.
As duas sorriem felizes. Célia
liga o carro e sai.
Na clínica, Dr. Veras lê os
laudos do exame e confirma os resultados para Gilberto.
DR. VERAS: O
senhor entendeu certo seu Gilberto, é isso mesmo: o senhor não foi contaminado
e não tem o vírus HIV. Felizmente.
GILBERTO: Graças
a Deus! Esses foram os piores dias da minha vida! Desde o dia que tirei aquele
sangue até hoje, nem dormir eu não dormia direito. Não parava de pensar nisso.
DR. VERAS: É
como eu te disse: se vocês usavam preservativo, se faziam tudo com segurança,
não havia com que se preocupar.
GILBERTO: É,
mas só fato de ter transado com uma pessoa que tinha HIV me deixou em pânico.
Se eu soubesse disso antes, nunca teria transado com ele.
DR. VERAS: Bom,
isso significa que você deve continuar a se prevenir, com todos os parceiros.
Lembre-se: quem vê cara, não vê HIV. Às vezes a pessoa tá com uma aparência
ótima, não tem sinal algum, e pode ser portadora do vírus. Pode ser que ao
longo da sua vida você já tenha transado com outras pessoas portadoras e nem
tenha ficado sabendo. Então, a melhor arma é sempre a precaução. Sexo é muito
bom, mas a gente precisa estar vivo. Por isso, sexo seguro sempre, ok?
GILBERTO: Sim
senhor. De agora em diante vou tomar mais cuidado ainda.
DR. VERAS: Além
do sexo seguro, é importante você fazer exames de tempos em tempos. Para o seu
próprio bem. Porque quando a pessoa contrai o vírus, quanto antes ela iniciar o
tratamento, melhor.
GILBERTO: Entendi.
Muito obrigado, doutor.
Gilberto sai do consultório
leve como uma pluma. Ele não consegue disfarçar a euforia, ri sozinho e dá
pulos de alegria pela rua.
Enquanto isso, no salão de
festas do condomínio... A assessora do Senador joga conversa fora com Bebel,
enquanto se certifica de que ela não tem microfones, câmeras ou coisas que
possam produzir provas contra o político.
ASSESSORA: Nos
últimos dias voltaram a circular boatos envolvendo o seu nome e o do Senador.
Isso é muito prejudicial pra imagem dele e pode colocar em risco o futuro
político do Senador, logo agora que uma eleição se aproxima e ele tem planos
ambiciosos.
BEBEL: Querida,
mas eu não tenho culpa se o Senador gosta da fruta de caroço. Eu não tive culpa
nenhuma do que aconteceu. Quem vacilou foi ele. O que você quer que eu faça,
desapareça do mapa?
ASSESSORA: Exatamente
isso, mas não do jeito que você tá pensando. Eu vim aqui te fazer uma proposta,
que, aliás, é muito interessante para ambas as partes.
BEBEL: E
que proposta seria essa?
ASSESSORA: A
gente te dá uma boa grana pra você ir morar bem longe daqui. Ou voltar pro
Pará, ou São Paulo, ou Rio de Janeiro... Onde você quiser. Desde que seja bem
longe daqui.
BEBEL: E
quanto seria essa boa grana?
A assessora fala em seu ouvido.
Bebel fica admirada.
BEBEL: E
isso daí que você falou, daria... Tipo pra fazer uma viagem pra Europa?
ASSESSORA: Tranquilamente.
Por quê? Você tem vontade de morar na Europa?
BEBEL: Tenho,
problema é que a viagem é cara né? E as coisas lá também...
ASSESSORA: Europa?
Melhor ainda. Pra mim quanto mais longe, melhor. Então vamos fazer assim: eu te
ajudo a preparar toda a papelada e você vai passar uma temporada lá, contando
que não me apareça aqui no Brasil antes da eleição. Fechado?
BEBEL: Fechado.
E como vai ser isso? Eu sei que viajar pra fora do Brasil não é simples, é
cheio de complicação.
ASSESSORA: Pode
ficar tranquila. Você vai entrar em contato com uma pessoa que eu vou te dar o
telefone e ela vai providenciar tudo pra você.
BEBEL: Entendi.
Mas isso não é nenhuma presepada não né? Porque se for, eu boto a boca no
trombone e detono com esse Senador de vez. Travesti não é bagunça não, meu bem!
ASSESSORA: Não
tem presepada nenhuma. A gente só tá fazendo uma negócio que vai ser bom pras
duas partes. Só isso. Pode confiar. Mas olha, boca fechada. Tudo no mais absoluto
sigilo. Entendeu?
BEBEL: Entendi.
Tão logo a assessora lhe
entrega o número de telefone da pessoa e se despede, Bebel corre para dar a
notícia à Lorraine.
Na sede do Brasiliense Futebol Clube, Betina chega ao pequeno auditório e se
senta na última fila. Ela assiste à entrevista coletiva de Ramon, agora mais
forte, mais sarado e com ares de estrela.
Depois de falar por alguns
minutos, o atleta veste a camisa do novo clube, sob uma saraivada de flashes e
aplausos de alguns torcedores empolgados.
Assim que a coletiva termina,
os repórteres, fotógrafos e torcedores se retiram. Ramon ainda conversa com um
dirigente do Clube.
DIRIGENTE: Parece
que tem uma fã ali que quer um autógrafo...
RAMON: Vou
lá.
Ramon se aproxima de Betina e
nota que aquele rosto tem algo que lhe é familiar.
RAMON: Oi.
Tudo bem?
Betina sorri, mas não diz nada,
fazendo mistério para ver se o amado se lembra dela.
RAMON: Engraçado,
seu rosto não me é estranho. Eu tenho a sensação que te conheço de algum
lugar...
BETINA: Sim
nos conhecemos há muito tempo. Com essa roupa, com esse corte de cabelo, talvez
você não se lembre mesmo. Muita coisa mudou de lá pra cá. Nos conhecemos quando
você ainda morava no Recife, nós estudamos juntos...
Ramon observa atentamente seu
rosto, faz força, mas não consegue se lembrar.
BETINA: Você
não lembra de um amigo de classe, que todo mundo no colégio insistia em chamar
de... Bernadete?
RAMON: Bernardo?!
Cara! Como você tá diferente! (e se abraçam efusivamente)
BETINA: Bernardo
não... Agora eu me chamo Betina.
RAMON: Claro!
Como iria me esquecer? Mas também, você tá muito diferente. Eu vi que seu rosto
não era estranho, mas eu não ia lembrar nunca... (para um instante) Então você
se assumiu mesmo... Virou travesti...
BETINA: Travesti
não, transexual. São duas coisas bem diferentes. Mas depois eu te explico com
calma.
RAMON: Cara,
você não imagina a felicidade que eu fico de te ver aqui. Você foi muito
importante na minha carreira. Se não fosse por você eu nunca teria chegado até
aqui e nem teria vivido esse momento maravilhoso que eu tô vivendo hoje, na
minha vida, na minha carreira... Eu nem sei como te agradecer...
BETINA: Imagina,
não tem de me agradecer nada...
RAMON: Faz
o seguinte: me dá dez minutinhos. Eu vou tomar um banho e a gente sai pra
almoçar juntos. A gente tem muito que conversar. Eu tenho muita coisa pra te
contar e quero que você me conte direitinho essa história de Bernardo virar
Betina. Dez minutinhos só.
Betina não se contém de
felicidade. Aqueles são os dez minutos mais longos de sua vida...
Mais tarde, no restaurante, os
dois conversam longamente e relatam as trajetórias que suas vidas seguiram
desde a última vez que se viram. Depois que Betina explica em detalhes a
questão de sua transexualidade, Ramon se sente mais confiante para fazer uma
revelação.
RAMON: Sabe...
Uma das muitas coisas que aconteceram nesse período, e que você não sabe, é que
eu experimentei o sexo com outro homem, quer dizer, com uma travesti. Eu nunca
contei isso pra ninguém, mas não sei por que, eu confio em você, eu me sinto
seguro pra te contar essas coisas...
BETINA: É
mesmo?
RAMON: E
olha, eu gostei muito. Agora eu não tenho mais esse tipo de preconceito. Pra
dizer a verdade, queria fazer outras vezes... Você sabe, agora que sou um
jogador em ascensão, isso é muito complicado, porque se uma coisa dessas vaza
na mídia, eu tô arruinado. Tem muito jogador de futebol aí que faz, até jogador
da Seleção, mas sabe como é, os caras já são consagrados. Agora, se acontece
com o cara em começo de carreira como eu, já era!
BETINA: Eu
sei como é.
RAMON: O
que você acha da gente experimentar? Que eu me lembre você tinha uma quedinha
por mim... Ainda tem?
BETINA: O
que você acha? Na verdade eu nunca te esqueci, sempre te amei...
Os dois sorriem cúmplices. Depois
seguem para o motel, se amam e fazem sexo a tarde toda.
ALGUNS DIAS DEPOIS...
Gilberto está apreensivo, pois
bate à porta o advogado de Hoffmann. Depois dos cumprimentos, já sentados,
Gilberto rompe o silêncio.
GILBERTO: Bom
doutor, eu já imagino o que o senhor veio fazer aqui. Eu quero lhe dizer que eu
vou desocupar o apartamento o mais breve possível. Essa semana mesmo eu tiro as
minhas coisas daqui. O quartinho do porteiro já tá desocupado e eu volto pra lá.
ADVOGADO: Isso
não será necessário meu rapaz, a menos que você realmente queira.
GILBERTO: Como
assim? Eu não tô entendendo...
ADVOGADO: Você
tá vendo isso aqui? (e tira os papéis da pasta) Isso aqui é o testamento do
doutor Hoffmann. Aqui tá escrito que você é o herdeiro desse apartamento.
GILBERTO: Eu?
Herdeiro? Como assim?
ADVOGADO: É
isso mesmo. Você é o herdeiro do apartamento. Agora ele é todo seu. Não só do
apartamento, como também da caminhonete, do sítio de Pirenópolis e também de uma boa
quantia que ele tinha guardado na poupança.
GILBERTO: Eu
não acredito! O Hoffmann era realmente uma pessoa incrível! Que alma boa meu
Deus! Pena que tenha ido embora tão cedo...
ADVOGADO: Pois
é, seu Hoffmann realmente era um grande homem, muito generoso com todos. E
sozinho também né? Como você sabe, ele não tinha parentes. A irmã é rica e não
precisa do dinheiro dele. Então ele deixou esse testamento manifestando o seu
desejo de doar todos os seus bens para a pessoa que o acompanhasse nos seus
últimos dias de vida. No caso, você.
GILBERTO: Puxa!
Eu nem sei o que dizer! Só posso agradecer ao senhor e ao Hoffmann. Que Deus o
tenha em bom lugar.
Assim, depois de tantas idas e
vindas, encontros e desencontros, a vida de cada um dos nossos personagens
seguiu um rumo diferente:
Joana rompeu com a família e
foi morar com Célia. Inconformado, Tatão vendeu sua microempresa e voltou com a
família para Blumenau, onde já moravam seus filhos mais velhos Cleiton e Diogo,
agora casados. Diferentes dos pais, que nunca aceitaram plenamente a homossexualidade
da filha, Renata e Beatriz aceitaram a orientação sexual da irmã e de vez
quando telefonam e a visitam.
Por influência de Célia, Joana desistiu
do curso Técnico em Edificações, seu sonho de infância, e agora se prepara em
um cursinho para um desafio maior: o vestibular para Engenharia Civil.
As duas vivem bem, apesar de
Joana ser muito ciumenta, tanto que assinaram um contrato de união estável e
adotaram duas crianças de dois anos de idade: Quinzinho e Mariana.
Bebel, com uma ajudinha do
destino, conseguiu sua sonhada temporada na Itália. Ela ficou lá durante dois
anos, realizou o sonho de colocar suas próteses de silicone e teve muitos
amantes. O problema foi que com a crise financeira mundial, as coisas lá não
estavam tão boas quanto imaginava e ela acabou tendo de voltar ao Brasil.
Nessa volta, ainda com boa
parte do dinheiro que recebeu do Senador, Bebel comprou um apartamento em Belém
e montou um centro de estética, onde as principais clientes são jovens e adolescentes
travestis em começo de carreira. Bebel contratou a amiga Xantara, que é a
gerente do estabelecimento e, sempre que pode, dá uma esnobada em Cicciolina,
sua eterna rival.
Seu relacionamento com a
família é esporádico. Ronaldo nunca aceitou o fato de ter um filho travesti,
mas Bebel sempre ajuda a mãe, Helena, e investe no estudo dos irmãos Lindomar e
Rosa, que ainda quer ver formados na faculdade. Ela também fez questão de
trazer da Itália um notebook de última geração para o irmão Romeu, para
compensar aquele que furtara quando fugiu de casa.
Betina continuou o seu
tratamento psicológico preparatório para a cirurgia de mudança de sexo, com total
apoio de Juarez, Lourdes e dos irmãos Gerson, Airton e Simone. Algum tempo
depois, realizou o procedimento com sucesso.
Seu relacionamento com Ramon é
pleno e feliz. A única restrição é que eles precisam ser discretos e não podem
assumir publicamente a relação. Nas férias do jogador, viajaram para uma
temporada no Recife, para visitar a amiga Pâmela, por quem Betina tem grande
consideração.
Alguns anos depois, Betina se
formou em psicologia e fundou uma ONG especializada em prevenção, direitos
humanos e combate à homofobia.
Gilberto resolveu voltar às
suas origens. Castigado pela saudade que sentia da família, vendeu os bens que
herdou de Hoffmann e retornou à Minas Gerais.
Sua orientação sexual continua sendo assunto
proibido. Mas Avenor, Catarina e seus seis irmãos o recebe com carinho e orgulho.
A família o respeita e lhe é muito grata. Hoje todos moram e trabalham num
pedaço de terra adquirido por ele nas redondezas de Joanésia.
Gilberto
vive e trabalha em
Belo Horizonte. Ele comprou um apartamento e está prestes a se formar em
Agronomia. Nos finais de semana, quando pode, pega a caminhonete e vai
para o interior. Chegando na cidade, sempre dá uma passada na casa de
Boneca, para lhe contar as
novidades da sua agitada vida amorosa.
Assim, independente da orientação sexual ou da identidade de gênero de cada um, a vida continua. Com todos os seus encantos, mistérios, encontros e desencontros. A sexualidade é uma das maiores dádivas do ser humano e nunca deveria ser usada para rotular ou classificar as pessoas. Porque ela está intrinsecamente ligada ao maior bem que uma pessoa pode ter: a liberdade de amar, ser amado, ser feliz!
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Assim, independente da orientação sexual ou da identidade de gênero de cada um, a vida continua. Com todos os seus encantos, mistérios, encontros e desencontros. A sexualidade é uma das maiores dádivas do ser humano e nunca deveria ser usada para rotular ou classificar as pessoas. Porque ela está intrinsecamente ligada ao maior bem que uma pessoa pode ter: a liberdade de amar, ser amado, ser feliz!
Você sabia?
Violência contra pessoas LGBT
Muitas
pessoas homossexuais escondem seus sentimentos e atividades por medo de
reprovação ou de violência por parte da sociedade. A expressão mais comum usada
para pessoas nesta situação é "no armário". Já quando pessoas
homossexuais ou bissexuais resolvem divulgar sua orientação sexual para seus
amigos e familiares, a expressão mais comum é "sair do armário".
Os
esforços para a emancipação da homossexualidade, como ela é compreendida
atualmente, começaram na década de 1860, porém desde meados da década de 1950
tem havido uma tendência de aceleração no sentido de uma maior visibilidade,
aceitação e criação de direitos civis para os gays, lésbicas, bissexuais e
transgêneros. No entanto, o heterossexismo e a homofobia ainda persistem na
sociedade, o que torna difícil para as pessoas, e principalmente para os jovens
homossexuais, se sociabilizarem com os outros, podendo resultar, em alguns
casos, até no suicídio.
No
Brasil, em 2009, de acordo com o Grupo Gay da Bahia (GGB), 198 pessoas foram
mortas por motivos homofóbicos. Infelizmente, em 2011, esse número saltou para
cerca de 300 vítimas, indicando que, mesmo com a presença maciça de pessoas
LGBT na mídia e nos diversos setores da sociedade, a homofobia continua
crescendo e fazendo novas vítimas. Isso faz com que se torne urgente que as
autoridades brasileiras aprovem leis que protejam esse segmento tão vulnerável
da nossa sociedade.
E cada um de nós pode dar a sua contribuição para que seja aprovada
essa LEI:
Participe da Campanha para apresentar o Estatuto da Diversidade Sexual por iniciativa popular.
Para
isso é necessário colher "só" 1 milhão e 400 mil assinaturas para
apresentar o projeto no Congresso Nacional.
Também imprima os
formulários e saia em busca de mais assinaturas.