23 de mai. de 2012

GLS TEEN - CAP. 165



No capítulo anterior...
- Gilberto confessa a Joel que sente muita falta de Reynaldo
- Bebel atende um cliente que fica inventando desculpas para não usar preservativo
- Bernardo chega a Caldas Novas, mas não se empolga com a cidade
- Bebel dá ultimato ao cliente: ou usa preservativo, ou nada de sexo

CAP. 165

CLIENTE: Calma, gata, não precisa ser tão radical assim. Se você ir embora sem completar o serviço, eu não vou pagar pelo atendimento.
BEBEL: Bom, se eu tô aqui perdendo o meu tempo, tu me fala logo que eu vou ralar peito. Tô a fim de perder a noite inteira aqui não. Ou você usa a camisinha, ou então a brincadeira acaba aqui.
CLIENTE: Sabe o que é gata, é que não tenho o hábito de usar, aliás, nunca tive. Eu gosto de transar é sem. Eu sou casado e com a mulher eu não uso, entende?
BEBEL: Não. Não entendo.
CLIENTE: Isso me tira o prazer, me fazer perder a ereção... É como chupar uma bala com o papel, entende?  Você é limpinha não é?
BEBEL: Cara, você deve ser maluco! Se tu é casado, mais um motivo pra não fazer nada sem usar a camisinha. Você não tem medo de passar uma doença pra sua mulher não? Não tem medo dela descobrir que você cisca em outros terreiros não?
CLIENTE: Medo eu tenho, por isso que eu só saio com gente limpinha feito você.
BEBEL: E que garantias você tem que tô limpa? Quem te garante que eu não tenho alguma doença? Cara, você é louco de confiar nas pessoas desse jeito! É a sua saúde, a sua vida! Pior, é a vida de outra pessoa, da sua mulher também que tá correndo risco.
CLIENTE: Não, eu sempre tomo cuidado...
BEBEL: Toma? Igual você tá tomando comigo agora? Se esse for o seu cuidado, eu tenho pena de você e da sua família...
CLIENTE: Por quê? Você acha que é tão perigoso assim?
BEBEL: Cara, você nunca ouviu falar em DST, AIDS, hepatites, nada disso?
CLIENTE: Já vi alguma coisa na televisão, folheto na rua...
BEBEL: Você precisa se ligar na parada, amigo. Existe mais de dez tipos de doenças que são transmitidas pelo sexo. Mais de dez!
CLIENTE: Eu só tinha ouvido falar daqueles piolhos, de Aids... Mas não pensava que era fácil de pegar assim não... Pensava que só acontecia com gente descuidada... Eu sempre pergunto se a pessoa tá limpa antes de fazer alguma coisa...
BEBEL: Pensamento errado! Acontece com a gente sim! É só dar mole que acontece. Quem vê cara não vê doença... A pessoa pode tá com uma aparência ótima e lá por dentro tá contaminada, tipo aquelas goiabas brancas, já viu? Você olha por fora assim, é aquela fruta mais linda. Quando você morde, o bicho tá dentro... Você acha que se a pessoa tiver alguma coisa ela vai falar pra você? Não vai! É você que tem que se ligar e ficar esperto...

O cliente faz uma pausa, pensa um pouco...

CLIENTE: Nossa, depois dessa eu até perdi o tesão...
BEBEL: Mas fique tranquilo, você pode ter perdido a transa, mas ganhou muitos anos de vida, porque de agora em diante você vai ficar esperto. Não vai com qualquer um e muito menos sem usar camisinha.
CLIENTE: É, se você tá dizendo, deve ter razão, afinal de contas você vive nesse meio e conhece muito mais gente do que eu.
BEBEL: Escuta isso que vou te falar: nunca mais faça nada com ninguém sem camisinha! E se a outra pessoa pedir, não aceite! Se ela pedir, é mais um motivo pra você desconfiar. Se a pessoa não tá interessada em se proteger, é porque não tem nada mais a perder, entende?
CLIENTE: É, pensando bem você tem razão. Faz sentido o seu raciocínio.
BEBEL: Meta isso na sua cabeça de uma vez por todas: sem camisinha não faça nada! Se você pegar uma DST, engravidar uma mulher, você ainda vai ficar no lucro. Pior é se você pegar uma sífilis, uma aids. E pior ainda: se você passar essas doenças pra coitada da sua mulher que não tem nada a ver com isso. Já pensou o complexo de culpa que você vai ficar se passar uma doença dessas pra sua companheira? Já pensou como é que vai ficar a sua situação na família? Então, pensei bem! Melhor chupar a bala com casca do que ir comer capim pela raiz depois...

O cliente tenta quebrar o clima...

CLIENTE: Vamos tomar um banho? Depois a gente continua de onde parou...
BEBEL: Mas você vai encapar o palhaço pra gente brincar?
CLIENTE: Vou. Depois do que você falou, agora vou. Nunca mais quero fazer nada com gente estranha sem usar a tal da camisinha. No começo eu não vou gostar, vou estranhar... Mas eu vou tentar sim.
BEBEL: Muito bom. Se for assim, então vamos lá pro nosso banho.

Amanhece o dia...

Bernardo e os irmãos saem para dar uma volta no centro de Caldas Novas.

Como é carnaval, há uma intensa movimentação nas ruas. Muita gente fantasiada, que dá a impressão de ter virado a noite na farra, outros que estão chegando agora. Muitos rapazes só de bermuda, sem camisa. Moças com roupinhas curtas, bem à vontade. Muitas garrafas e copos nas mãos. Vários carros com seus porta-malas abertos e som nas alturas indicam que o som automotivo e a variedade de ritmos é quem manda na cidade goiana.

Os irmãos se deslumbram com tudo, criticam algumas coisas e elogiam outras. Param diante de cada novidade ou estabelecimento.

AIRTON: Tá vendo? Vocês disseram que aqui era o fim do mundo? Não é bem assim não... O negócio aqui parece que dá pé... Olha ali, Bernardo (e mostra um rapaz saradão, de sunga)
BERNARDO (irreverente): Olha, tô começando a achar que vou gostar muito de Caldas Novas...

Continua amanhã...


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Você sabia?

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