10 de mai. de 2012

GLS TEEN - CAP. 154



No capítulo anterior...
- Célia e Joana tomam banho de banheira, mas antes fazem um brinde ao encontro
- Bernardo visita Lorraine e lhe conta sobre suas novas roupas
- Lorraine admira sua coragem o incentiva a assumir sua sexualidade, porém com prudência
- Célia e Joana vão pra cama e partem para o sexo propriamente dito

CAP. 154

Célia e Joana permanecem na cama trocando carícias por longo tempo.

JOANA: Puxa! Se eu soubesse que isso era tão bom, já tinha experimentado há muito tempo...
CÉLIA: Tá falando sério? Você gostou mesmo?
JOANA: Gostei não, adorei! Só mesmo uma mulher pra compreender a outra na cama. A gente transa com homem, pelo menos nas vezes que eu transei, foi tudo tão mecânico, tão rápido... Nunca tinha experimentado uma troca tão grande de carícias, essa coisa de curtir cada preliminar, cada momento, como se ele fosse o mais importante...
CÉLIA: Pelo visto você não foi muito feliz nas suas relações com os homens...
JOANA: Não fui mesmo. Eu sentia falta de algo... Minhas amigas contavam maravilhas, mas eu não sentia nada. Na verdade eu ficava torcendo pra eles acabarem logo e me tirarem dali, daquela situação, me levarem embora logo, porque aquilo só me trazia constrangimento e frustração...
CÉLIA: E hoje, como foi?
JOANA: Hoje foi divino! Foi maravilhoso... Nunca tinha sentido nada tão intenso, tão gostoso em toda a minha vida... Hoje eu senti aquelas maravilhas que as minhas colegas contavam e eu ficava apenas imaginando...
CÉLIA: Então você não sabia o que era um orgasmo...
JOANA: Não, claro que não. Orgasmo era só os manés que sentiam... Eu mesma ficava olhando pras paredes e chupando os dedos...
CÉLIA: Fico feliz que tenha te proporcionado uma experiência tão inovadora assim. Espero que essa seja a primeira de muitas outras... Se você me der o prazer de repeti-las, é claro...
JOANA: Com certeza. No que depender de mim, vou querer repetir muitas outras vezes... (pausa) Mas, me diga uma coisa: e eu, como me saí? Correspondi às suas expectativas?
CÉLIA: Olha, pra ser franca, eu notei você um tantinho assim (mostra) insegura, receosa... Mas pra uma primeira vez, você se saiu muito bem. E eu me senti completamente satisfeita. Correspondeu a todas as minhas expectativas e mais algumas...
JOANA : Que bom! Fico feliz com isso. Mas agora, sem querer quebrar o clima, acho melhor a gente ir andando, porque a noite já caiu faz tempo... O povo lá em casa deve tá grilado comigo...
CÉLIA: Você tem toda a razão. Melhor irmos mesmo. Lá em casa também já devem ter notado a minha ausência. Vamos?
JOANA: Vamos. Depois de tudo de bom que a gente fez hoje, não compensa se estressar com encheção de saco dos outros...

As duas se beijam e saem de mãos dadas do quarto.

Um pouco mais tarde, Reynaldo estaciona o carro na porta do condomínio para apanhar Gilberto.

REYNALDO: Demorei?
GILBERTO: Não. Você até que é bem pontual.
REYNALDO: O que você acha da gente assistir a uma peça de teatro hoje? Vi no jornal que tem uma peça carioca em cartaz aqui, no Teatro Nacional.
GILBERTO: Você quem manda... Pelo visto você só gosta de coisas boas, então se você tá me chamando, deve ser porque é bom...
REYNALDO: Você nunca foi a um teatro?
GILBERTO: Na verdade não... Só vi na televisão... Nunca fui muito ligado nessas coisas... Sou de cidade pequena, do interior do interior lembra?
REYNALDO: É, mas agora você mora na capital federal... Bem que poderia aproveitar um pouquinho de tudo que a cidade oferece...
GILBERTO: Esse negócio de teatro é coisa de rico, de gente inteligente... Eu sou um zé ruelas...
REYNALDO: Não senhor, teatro é coisa pra quem tem bom gosto e isso eu sei que você tem. Só precisa ser um pouquinho lapidado. Entra aí e vamos lá! Tenho certeza que você vai gostar. Depois a gente janta, toma uma bebidinha e termina a noite com aquele esqueminha que temos feito nas últimas três noites, ok?
GILBERTO: Safado! (e entra no carro)

Corta para o Teatro Nacional. Gilberto fica admirado com a beleza do ambiente. Reynaldo se diverte com a ingenuidade dele.

Os dois assistem à peça. Às vezes Gilberto se volta para Reynaldo com expressão de quem não tá entendendo nada. Quando dá, Reynaldo lhe explica bem baixinho. Quando não, apenas sorri sem malícia.

Na saída do teatro...

REYNALDO: E aí, gostou do passeio?
GILBERTO: Olha, gostar eu gostei. É tudo muito bonito. Mas pra falar a verdade eu não entendi muita coisa não... É muito complicado aquilo... Aquele povo fala umas palavras que eu nunca ouvi antes...
REYNALDO: É assim mesmo. Agora você já ouviu... Quando ouvir de novo, vai se lembrar. No começo é meio complicado, mas depois de algum tempo você vai se acostumando. Essa peça é de Shakespeare, um grande autor, não é pra qualquer um não...
GILBERTO: Eu já ouvi falar dessa cara, mas não sabia que ele era tão inteligente assim não...

Reynaldo apenas ri. Ele está simplesmente encantado pela pureza e a simplicidade de Gilberto.

Célia chega em casa e encontra seu marido de cara feia.

DIÓGENES: Por onde a senhora andou, dona Célia? O que houve pra senhora deixar a família toda à mesa esperando pra jantar?

Continua amanhã...


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Você sabia?

Quanto às pesquisas neuro-bioquímicas, os seus críticos indicam que "existe o risco de alguns pesquisadores estarem, na verdade, procurando uma forma de 'curar' tal comportamento, seja mapear o que gera o desejo homossexual, para depois convertê-lo em desejo heterossexual". Nesse contexto um dos exemplos marcantes foi a teoria desenvolvida por Magnus Hirschfeld a respeito da homossexualidade. Hirschfeld defendia a teoria de que a homossexualidade era nata e não modificável, explicada por diferenças de natureza hormonal. A teoria de Hirschfeld, que foi um grande ativista, buscando veementemente a derrubada do Parágrafo 175 na Alemanha pré segunda guerra foi polemizada por Freud em seu livro Three Essays on the Theory of Sexuality (1905).

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