2 de mar. de 2012

GLS TEEN - CAP. 95



No capítulo anterior...
- Gilberto faz as malas e vai embora, deixando Dadinho perplexo e chorando
- Bernardo chega em casa cheio de temores, mas ninguém lhe pergunta nada
- Gilberto volta para o hotel onde morava antes de ir para a casa de Dadinho
- Joana vai à casa de Ricardo e diz que quer transar com ele

CAP. 95

RICARDO: Menina, você é muito mais maluca do que eu pensava...
JOANA: Eu preciso transar com você. Eu preciso tirar uma dúvida que me atormenta, entende?
RICARDO: Que é? Seu namoradinho não dá conta do recado?
JOANA: Não é isso. Ele faz tudo direitinho o problema é eu que não sinto nada...
RICARDO: Então ele não faz direitinho. Se fizesse você não tava aqui batendo na minha porta.
JOANA: Eu não vim aqui pra falar dele. Vim pra falar de nós.
RICARDO: Não existe “nós”, garota. Existe você, que é maluca. Eu sou um homem casado. Você tem noção do problema que essa situação pode me causar?
JOANA: Eu não vou contar nada pra sua mulher. Você vai?
RICARDO: Claro que não! Eu não sou doido como você.
JOANA: Então... Se eu não vou contar nada e nem você, ela nunca vai ficar sabendo de nada.
RICARDO: Você não vai mesmo largar do meu pé, não é mesmo?
JOANA: Não, enquanto você não me ajudar.
RICARDO: Então tá bom. O que você quer é experimentar um homem de verdade, não é isso?
JOANA: É isso mesmo.
RICARDO (puxando-a contra si): Então vem cá que vou apagar esse seu fogo é agora!

Rapidamente ele fecha a porta e arrasta Joana para o sofá, beijando-a e despindo-a com ímpeto. Tira a sua roupa e fazem sexo ali, na sala mesmo.

Próximo de São Paulo, o ônibus uma parada em um restaurante na beira da estrada. Carlete e Joaquim conversam na mureta enquanto observam o movimento da rodovia.

CARLETE: Esta é a última parada, mona. A próxima será no Terminal do Tietê.
JOAQUIM: Jura, bunita? Ainda bem porque minha bunda não aguenta mais esquentar naquela poltrona. Parece que a gente ia chegar na China mas não chegava em São Paulo.
CARLETE: Finalmente estamos chegando. Eu também tô cansada, querida, mas já tô acostumada. Nem acho tão longe assim.
JOAQUIM: Nossa, biba, aqui parece outro mundo... Tudo moderno, bonito, arrumado... Nem parece aquele fim de mundo onde gente mora.
CARLETE: É... O Sudeste é bonito, é desenvolvido, mas também tem os seus perrengues. Aos poucos você vai ver que não existe lugar perfeito, cada um tem os seus pontos positivos e negativos...
JOAQUIM: Mesmo? Porque até agora eu só via coisas boas.
CARLETE: A senhora tá deslumbrada, querida. Sonhar é bom, mas nunca é demais ter os pés no chão. Ainda mais pra travas como a gente, a vida é dura em qualquer lugar. Vida de trava só é boa mesmo na Itália. Aqueles bofes lá adoram as travas. Antes dessa crise mundial, elas eram tratadas como deusas lá. Agora nem sei mais como é, os bofes de lá tão todos quebrados e na pindaíba...
JOAQUIM: Por isso que a cretina da Cicciolina voltou de lá com o rei na barriga. A desgraçada deve ter faturado horrores lá!
CARLETE: É, mas isso foi em outros tempos. A vida agora tá dureza em qualquer canto, até na Europa...
JOAQUIM: Vamo bicha, que o bofe motorista já ligou o ônibus...
CARLETE: Vamos, que não quero ter de acabar de chegar em São Paulo à pé...

Os dois caminham e adentram o veículo.

No Recife, Bernardo, no portão de casa, conversa com Pâmela, que está na sacada de seu apartamento observando o mar.

PÂMELA: E como foi o seu retorno?
BERNARDO: Foi tranquilo. O que mais me intrigou foi que ninguém falou nada. Pensava que todo mundo ia me encher de perguntas, ou então me expulsarem de casa de vez, mas o curioso foi que ninguém abriu a boca.
PÂMELA: Isso é normal. Eles estão em estado de choque. Num primeiro momento a tendência é fingir que não aconteceu nada. Com o passar do tempo a ficha deles vai caindo.
BERNARDO: Eu já estava preparado pra armar outro barraco e chutar o balde geral, mas nem foi preciso...
PÂMELA: Por enquanto o melhor que você faz é ficar na sua. Não force a barra, não afronte, não desafie. Você já deu o seu recado, já falou tudo que tinha vontade. Agora é dar um tempo pra eles digerirem a informação. O resto virá com o tempo. Tenha um pouco de paciência, não passe o carro na frente dos bois.
BERNARDO: Você acha mesmo que eu devo ficar quieto agora?
PÂMELA: Tenho certeza. Fique na sua e eles começarão a te encararem com naturalidade. Vai por mim. A tia Pâmela sabe o que diz. Eu já vi esse filme uma dezena de vezes.
BERNARDO: Bom, se você tá dizendo, eu confio plenamente.
PÃMELA: Fique bem. Qualquer coisa me ligue. Beijo. (e desliga)

Depois da transa, Ricardo leva Joana até a porta.

RICARDO: E aí, gostou? Correspondi à sua expectativa?
JOANA (sem convicção): Gostei. Foi legal.
RICARDO: Mas ó: dei o que você queria. Agora, me erra. Esquece que eu existo. Amanhã minha mulher volta de viagem e eu não quero problemas pra minha cabeça, ok?
JOANA: Fique tranquilo, era só isso que eu queria mesmo. Não vou te perturbar mais.
RICARDO: Safadinha! Você é bonitinha, mas bem ordinária (e dá um tapa na bunda de Joana)

Sérgio, que está chegando de moto nesse exato momento, assiste a cena.

JOANA (pasma): Sérgio? O que você tá fazendo aqui?

Continua amanhã...


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Você sabia?

Nas culturas ocidentais em geral, o termo homossexual é usado para abranger toda uma postura, atitude e identidade social. Em outras culturas, rótulos homossexualidade e heterossexuais não enfatizam uma identidade social como um todo ou indicam afiliação da comunidade com base na orientação sexual. Na verdade, certos estudiosos, como David Green, têm afirmado que a homossexualidade é uma construção social moderna ocidental, e como tal não poderia ser utilizada no contexto de sociedades não-ocidentais a sexualidade do macho-macho, nem no Ocidente pré-moderno.

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