9 de mar. de 2012

GLS TEEN - CAP. 101



No capítulo anterior...
- O cliente se recusa a pagar o programa para Bebel e ainda ameaça espancá-la
- Chegando em casa, madame Susette briga com Bebel e Carlete cobrando resultados
- Algumas semanas depois, todos se mudam para Brasília e vão morar no mesmo prédio
- Gilberto, Joana e Bernardo trombam no hall do elevador. Lorraine debocha deles

CAP. 101

JOANA: Agora a Parada Gay tá completa, porque chegou um travecão!
LORRAINE: Olha aqui, sua aprendiz de caminhoneira, você me respeita! Travecão não! Eu sou transexual, é diferente!
JOANA: Se faz tanta questão assim de respeito, é melhor aprender a respeitar os outros também.
LORRAINE: Eu não gosto de botinão por causa disso: elas são todas mal humoradas...

O clima fica meio tenso. Todos se estranham. Lorraine ajuda Bernardo apanhar suas coisas não chão.

LORRAINE: Como é o seu nome, gata?
BERNARDO: Meu nome é Bernardo.
LORRAINE: Hum, mas você tem cara de Bernadete... (e para Gilberto) Esse daí tem cara de bofinho, mas não me engana, ele também gosta da fruta de caroço... Você eu já conheço, é o porteiro novo não é isso?
GILBERTO: Sim senhora.
LORRAINE: Senhora tá no céu, garoto. Pode me chamar de Lorraine. Aliás, Tia Lorraine faz parte uma ONG LGBT. Quando tiverem alguma dúvida, precisarem de uma orientação, é só me procurar lá no bloco C. Ah, e tem mais: Tia Lorraine também faz deliciosos bombons para vender, afinal de contas nem todo “travecão”, como diz a nossa amiga caminhoneira, vive de prostituição. A maioria das transexuais trabalha e vive honestamente. Quando quiserem experimentar, é só me procurar lá. Esses daqui (mostra a cesta) não posso oferecer porque já estão vendidos. Beijos, crianças!

Lorraine coloca seus enormes óculos de sol e sai e com sua cesta de bombons, deixando todos admirados.

BERNARDO: Hum, gostei dela. Parece ser uma pessoa legal.
GILBERTO: Um pouco extrovertida demais pro meu gosto, mas parece ser boa gente.
JOANA: Uma intrometida, isso sim.
BERNARDO: Relaxa colega, ela só quis ser simpática com a gente...

Já com seus pertences em mãos, cada um segue o seu caminho.

Em São Paulo, Bebel e Carlete se preparam para mais uma noite de trabalho. Elas caminham pela avenida, atentas ao movimento dos clientes. Nisso três travestis aparecem e partem pra cima delas.

TRAVESTI 1: Quê que as sonsinhas tão fazendo aqui, invadindo o ponto dos outros?
BEBEL: Não estamos invadindo o ponto de ninguém não, querida. Se alguém tá invadindo aqui, esse alguém é você.
TRAVESTI 2: Não se mete a besta não, travequinha, porque você não sabe com quem tá se metendo.
BEBEL: Nós estamos quietas aqui no nosso canto, vocês é que vieram nos perturbar.
TRAVESTI 1: Já falamos que esse ponto aqui é nosso. É melhor vocês se mandarem daqui.
BEBEL: Ah, esse ponto aqui é de vocês? (para a amiga) Carlete, liga pra madame Susette e pergunta pra ela quem manda nesse ponto aqui?

Carlete tira o celular da bolsa e liga. As travestis se assustam quando ouvem o nome da cafetina.

TRAVESTI 3: Ah, vocês são da casa de madame Susette?
BEBEL: Sim, somos. Por quê?
TRAVESTI 3 (para suas amigas): Melhor deixar as meninas trabalhar então, antes que a gente arrume confusão com o chefe lá.
CARLETE: Melhor assim.

As três se retiram.

BEBEL: Nossa! Essa foi por pouco. Pensei que a gente ia levar coió de novo...

Bebel e Carlete continuam sua ronda em busca de clientes.

Após o expediente, Gilberto resolve dar uma volta no Parque da Cidade, tradicional ponto de paquera gay da capital federal.

Numa área rodeada de muitas árvores, um pouco escura, ele percebe o movimento de vários homens circulando, de um lado para outro. No meio desses, um em especial, que não tira os olhos dele. É ROMERO, um rapaz branco, alto, malhado, de 30 anos. Depois de um tempo ele não resiste, se aproxima e puxa papo.

ROMERO: E aí, dando uma volta?
GILBERTO: É, apreciando a noite, conhecendo o lugar...
ROMERO: Eu tô de carro aqui. Tá a fim de dar uma volta, conversar um pouco pra gente se conhecer melhor?

Continua amanhã...


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Você sabia?

As travestis do sexo masculino (homens que se vestem de mulher) preferem que se refiram a elas como sendo do sexo feminino. Normalmente elas usam um “nome social”, que é o nome pelo qual preferem ser chamadas.  Evite falar “o travesti”, ou chamá-las de “ele”. Caso fique em dúvida, pergunte à pessoa qual o seu “nome social” e como gostaria de ser chamada. Esse procedimento simples evita constrangimentos para ambas as partes.

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