No capítulo anterior...
- Pâmela encoraja Bernardo a se apresentar no
Exército
- Joel alerta Gilberto que Romero pode estar
mentindo, mas ele não acredita
- Bebel conta a Xantara o problema que teve
em casa e lamenta o ocorrido com a mãe
- Romeu, o irmão de Joaquim, dá falta de seu
notebook que foi deixado sobre a mesa
CAP. 119
HELENA: Antes
de deitar eu vi o notebook em cima da mesa. Não tá mais lá?
ROMEU: Não.
Não tá. Já procurei por tudo quanto é lado e nada!
Helena pensa um pouco e mal
pode acreditar na conclusão a que chega.
HELENA: Não
é possível! Não acredito que o Joaquim foi capaz de fazer uma coisa dessas!
ROMEU
(irritado): Não acredito que aquele miserável passou a mão grande no meu
computador! Onde aquele infeliz foi? Eu vou quebrar ele na porrada!
HELENA: Meu
Deus! Esse menino! Quando eu penso que ele já aprontou todos que podia
aprontar, ele apronta mais uma!
ROMEU: Onde
ele foi, mãe? Onde ele foi? Vou atrás dele e vou fazer ele dar conta do meu
computador de volta!
HELENA: Eu
não sei. Ele fugiu, oras! Fugiu, sabe Deus pra onde...
ROMEU: E
eu? Como é que eu fico nessa história?
HELENA: Filho,
se acalme. A mãe te ajuda a comprar outro computador. Agora não adianta chorar
o leite derramado.
ROMEU: Eu
arrebento a cara daquele infeliz no dia que ele aparecer aqui!
HELENA: Já
não disse que eu te ajudo a comprar outro? Então sossega. Mais tarde você vai
na loja, vê quanto custa e depois a gente vê como faz.
Romeu se retira indignado.
Helena abaixa a cabeça sobre a máquina e chora.
HELENA: Ai
meu Deus! Além de um filho perdido, agora ladrão também... Isso é demais pra
uma pobre mãe. Onde foi que eu errei? O que foi que eu fiz de errado pra
merecer isso, meu Deus?
De volta ao posto de gasolina,
Xantara e Bebel continuam a conversar.
XANTARA: Viado!
Eu tô boba! Não acredito que você foi capaz de surrupiar o notebook do seu
irmão... Você é louca?
BEBEL: Bicha,
mas eu precisava de algum dinheiro pra fugir... Imagina eu, na rua, sem
dinheiro, sem lugar de ficar, sem nada... Eu tava toda lascada! Na hora foi a
única coisa que me veio na cabeça... Vi o notebook lá dando sopa em cima da
mesa, ah meu bem, eu não pensei duas vezes. Nhac! Peguei!
XANTARA: Eu
o seu irmão, ele não vai detonar quando te encontrar na reta?
BEBEL: Que
vai, vai. Mas aí é que tá: eu vou sumir do mapa antes que ele me ache!
XANTARA: Viado,
viado! Toma juízo nessa sua cabecinha de merda!
BEBEL: Biba,
mas se ponha no meu lugar. Você ia fazer o quê?
XANTARA: É...
Eu não tenho nenhuma ideia melhor. Pra falar a verdade, eu não sei o que faria
numa situação dessas...
BEBEL: Então...
Eu fiz o que era possível. Depois eu trabalho e pago esse notebook pro Romeu. O
importante naquela hora era livrar a minha pele. Aliás, eu já passei ele na
grana. O aqué tá todo aqui, ó (e mostra) na minha bolsa. Agora só me resta dar
no pé.
XANTARA: E
você vai pra onde?
BEBEL:
Ainda não sei. Mas aqui é que não posso ficar...
Joana aborda Jussara na saída
do colégio.
JOANA: Ju,
eu tava pensando se a gente não poderia tomar um sorvete hoje mais tarde...
JUSSARA: Hoje
não vai dar, eu combinei de sair com as minhas primas. Vamos pra casa da minha
tia lá em Sobradinho...
JOANA: E
amanhã? Pode ser amanhã também, não tem problema.
JUSSARA: Pois
é, amanhã também não vai dar... Eu vou sair com a minha mãe pra fazer umas
comprinhas...
Nisso Célia para o carro bem ao
lado.
CÉLIA: Joana!
Que prazer revê-la! Que dia vamos repetir aquele nosso programa e almoçar no
shopping de novo? Que tal hoje? Você poderia ligar pra sua casa e avisar que ia
chegar mais tarde... O que você acha?
JOANA: Hoje?
Mas a Jussara não vai pra Sobradinho encontrar as primas?
CÉLIA: Sobradinho?
Não sei disso não... De onde você tirou isso, Jussara?
JUSSARA
(sem graça): Ah mãe, eu não te falei... Eu, a Kate e a Luana combinamos de encontrar
lá na casa da tia Graça hoje...
CÉLIA: Mas
sua tia Graça foi pra São Paulo no final da semana e só volta na semana que
vem...
JUSSARA: Ah
é? Nossa, eu não sabia...
CÉLIA: Vamos,
Joana, entra aí e vamos almoçar. No caminho você liga pra sua mãe.
Joana entra no carro. Jussara
fica visivelmente constrangida com a situação. Joana percebe.
Bernardo chega ao portão
principal do quartel. Há um movimento intenso de rapazes chegando, todos em
trajes civis, que como ele, vão se apresentar para o processo de seleção.
BERNARDO: Ai
meu Deus! Cá estou! Seja o que Deus quiser!
Ele percebe a atitude estranha
dos rapazes e dos soldados da guarda, que olham pra ele e sorriem maliciosos
por causa do seu jeito de andar, da sua roupa e do seu cabelo, comprido e ruivo.
Nisso o Cabo da Guarda se
dirige a Bernardo, falando bem alto, para todos ouvirem.
CABO: Ei,
mocinha! Acho que você errou o endereço. A escola de balé fica ali mais pra
frente (e mostra)
Todos caem na gargalhada.
Bernardo fica constrangido.
Continua amanhã...
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Você sabia?
De
acordo com diversas pesquisas já realizadas, a incidência da homossexualidade
exclusiva variam de 1 a 20% da população, normalmente concluindo que há um
pouco mais de homossexuais masculinos do que femininos.
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