8 de mar. de 2012

GLS TEEN - CAP. 100


No capítulo anterior...
- Pâmela dá conselhos a Bernardo e diz que lhe apresentará uma nova amiga em Brasília
- Gilberto se despede de Adriano e se prepara para viajar na manhã seguinte
- Depois de muito andar, Bebel (Joaquim) encontra um cliente para um programa

CAP. 100

Depois do programa, o cliente leve Bebel de volta ao lugar onde a pegou. Para o carro.

CLIENTE: Valeu gatinha! Qualquer dia desses a gente se esbarra aí de novo.
BEBEL: Como assim “valeu”? Você não tá esquecendo de nada não?
CLIENTE: Queria que eu abrisse a porta pra você também?
BEBEL: Não é disso que tô falando... Você não me pagou o meu programa.
CLIENTE: Programa? Que programa? Você não falou nada na hora que eu te peguei aqui...
BEBEL: E precisava? Você não sabe que essa é uma área que é ponto de travestis de programas?
CLIENTE: Querido, eu não sou obrigado a adivinhar não. Eu te paquerei você caiu na paquera e a gente saiu. Como eu ia adivinhar que você era de programa?
BEBEL: Devia ter perguntado, oras!
CLIENTE: Seguinte: eu não tenho grana aqui não. O dinheiro que eu tinha, paguei o motel. Essa vai ficar de cortesia.
BEBEL (alterando o tom): Cortesia coisa nenhuma! Eu quero o meu dinheiro!
CLIENTE (irritado): Olha aqui seu traveco de araque! Cai fora ou eu vou te descer a porrada pra você ver o que é homem de verdade! Palhaço!

O homem desce do carro, vai à porta do passageiro e arranca Bebel do carro à força.

BEBEL: Seu bruto! Grosso! Isso não vai ficar assim não!
CLIENTE: Não vai não? Você vai fazer o quê, seu viado de merda! Vai, some daqui ou eu te desço a porrada! Desinfeta do meu carro! (bate a porta e arranca com o carro).

Uma travesti que passa nas proximidades intervém.

TRAVESTI: É, amiga, melhor ficar esperta da próxima vez. Aqui, se não combinar tudo direitinho, antes, você fica no preju!
BEBEL: Filho de uma égua! Deixa a próxima vez que eu ver ele aqui... Ele me paga!

Bebel chega ao sobrado e madame Susette está com Carlete na sala.

SUSETTE: E aí, bunita? Faturou algum?
BEBEL: Pior que não. Acabei foi sendo explorada por idiota aí e quase apanhei...
SUSETTE: Eu não sei não, mas tô chegando à conclusão que você e essa sua amiguinha não têm futuro nessa carreira não. Vocês já tão me devendo uma grana e trabalhar que é bom, nada!
BEBEL: Foi ingenuidade minha...
SUSETTE: Melhor ficar esperta querida, porque camarão que dorme no ponto, a onda leva! A casa de madame Susette não é albergue da prefeitura não! Aqui tudo tem um preço e se vocês não pagarem, vão pra rua logo logo...
BEBEL: Isso não vai se repetir. Pode deixar.
SUSETTE: Acho bom mesmo. E agora tomem um banho, retoquem essas caras borradas e vão pra rua de novo! Vocês precisão faturar.
CARLETE: De novo? Mas eu tô tão cansada...
SUSETTE: De novo, querida! Ou vocês tão achando que isso aqui é colônia de férias? Não, não, isso aqui é trabalho e dos duros... Vamos, vamos!

Carlete e Bebel sobem as escadas rapidamente, se olhando informados.


BRASÍLIA-DF
SEMANAS DEPOIS

Gilberto já está trabalhando como auxiliar de porteiro no novo emprego, um edifício residencial da Asa Sul. Para o mesmo prédio estão se mudando Tatão e sua família e também o coronel Juarez e sua família, já que não conseguiu um apartamento pertencente ao Exército.

No horário estipulado para as mudanças, todos estão auxiliando nos transporte das mudanças, carregando caixas, embalagens, pertences, etc.

GILBERTO (carregando uma caixa de produtos de limpeza): Nossa, isso aqui tá movimentado hoje. Se todo dia for assim, eu tô ferrado.

De repente, sem se darem conta uns da presença dos outros, Gilberto, Joana e Bernardo trombam no hall do elevador, deixando seus objetos cair todos no chão.

Nisso a porta do elevador se abre e uma travesti alta, grandona e espalhafatosa se depara com a cena e não se contém.

LORRAINE: Gente, mas o que é isso? Uma Parada Gay em pleno hall do elevador?

Continua amanhã...


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Você sabia?

As pesquisas feitas nos EUA constataram que a idade e o sexo são mais confiáveis do que a orientação sexual como um preditor de satisfação e compromisso de um relacionamento romântico, e que as expectativas e/ou idealizações acerca dos relacionamentos românticos são comparáveis e muito semelhantes entre pessoas heterossexuais e homossexuais.

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