No capítulo anterior...
- Bernardo abre o jogo e revela aos irmãos
suas atitudes para se livrar do Exército
- Depois de levar outro cano de Romero,
Gilberto liga para Joel que o aconselha a desistir
- Bebel chega a Brasília e começa sua busca
por uma carona para São Paulo
CAP. 131
Bebel adentra o restaurante e
se dirige ao balcão, onde um caminhoneiro faz um lanche.
BEBEL: Moço,
eu tô precisando arrumar uma carona pra São Paulo. Você conhece alguém que
possa me dar uma força?
CAMINHONEIRO: Infelizmente não, gata. Eu tô indo pra
Salvador. Tá vendo aquele chegado ali naquela mesa? (e mostra) Ele trabalha
numa transportadora que tem escritório aqui no posto. Talvez ele possa te ajudar.
BEBEL: Vou
tentar falar com ele. Obrigado.
Bebel vai até o rapaz, com
uniforme da transportadora.
BEBEL: Com
licença, você trabalha na transportadora, não é isso?
RAPAZ: Isso
mesmo. Posso ajudar em alguma coisa?
BEBEL: Eu
tô precisando de uma carona pra São Paulo. Você poderia me dar alguma dica?
RAPAZ: Olha,
aqui nesse posto vai ser meio complicado pra você conseguir. A maior parte da
nossas cargas aqui vai pro nordeste e centro-oeste. Mas uma vez ou outra passa
algum caminhoneiro de passagem pra São Paulo. Se pintar um desses por aqui,
pode até ser que você consiga... Pro hoje não tem mais nada, porque o
escritório até já fechou. Mas amanhã você pode me procurar naquele escritório
ali (e mostra pela janela).
BEBEL: Eu
te procuro amanhã. Muito obrigado. (e sai)
Ela sai caminhando pelo pátio,
pensativa.
BEBEL
(para si mesma): Agora danou-se! E se eu não conseguir essa merda dessa carona?
Eu tô lascada de vez!
Em seu quarto, Gilberto tenta
ligar várias vezes para o celular de Romero.
GILBERTO: Mais
que droga! Só dá caixa de mensagem! Onde será que esse cara se meteu? Se
tivesse acontecido algo mais sério ele deveria ter me ligado...
Ele anda de um lado pro outro
do quarto, inconformado.
GILBERTO: Será
que o Joel tem razão? Será que esse cara tá só me usando mesmo, me fazendo de
bobo? (pensa) Não é possível, ele parece tão legal quando a gente tá junto...
Além do mais, por que haveria de me enganar, se eu nunca cobro nada dele? (pensa)
Ou será que é o Joel que tá despeitado porque tem alguém que gosta de mim e
fica inventando essas coisas?
Tenta ligar mais algumas vezes
e nada!
GILBERTO: Quer
saber de uma coisa? Vou seguir o conselho do Joel e vou lá na porta da boate.
Se o danado tiver mentindo eu já pego no flagra. E se não tiver, já tiro essa
ideia da cabeça de uma vez por todas.
Gilberto tranca a porta e sai.
Algum tempo depois Gilberto
chega às proximidades da boate. Ansioso, percorre algumas quadras em volta, de
olho nos estacionamentos. De repente, uma surpresa.
GILBERTO
(para si mesmo): Eu não acredito! O carro do cretino tá ali! Então o Joel tinha
razão! O danado tava mentindo...
Inconformado, Gilberto vai até
a portaria do estacionamento e pede informações. O rapaz confirma que o dono do
carro está mesmo na boate.
Gilberto liga para Joel
novamente.
JOEL: Eu
não te falei Gilbertina? Eu conheço as bibas como a palma da minha mão... Mas
você não acredita em mim... Você acha que eu sou uma bicha venenosa... Eu sei
que você não acredita em nada do que eu falo... E te digo mais: não duvide nada
se ele sair da boate acompanhado e levar outro lá pra tal da casa que ele havia
combinado de levar você...
GILBERTO: Você
acha que ele faria isso?
JOEL: Escreve
o que eu tô te dizendo...
Gilberto desliga o celular e
mal pode acreditar no que acabara de constatar.
Lorraine está vendo TV quando a
campainha toca. Ela atende.
JOANA: Boa
Noite! Desculpe incomodar a essa hora. Será que a gente poderia levar um papo?
Continua amanhã...
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Você sabia?
Não
havendo nenhuma comprovação científica de que a homossexualidade era uma
doença, a Associação Americana de Psiquiatria retirou
a homossexualidade do Manual de Doenças e
Transtornos Mentais em 1973, afirmando que "a homossexualidade em si não implica qualquer prejuízo no
julgamento, estabilidade, confiabilidade ou capacidades gerais sociais e
vocacionais."
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