No capítulo anterior...
Gilberto resolve contar a verdade ao
fazendeiro, mas alguém o interrompe
Boneca dá conselhos a Gilberto. O fazendeiro
parte e ele perde a carona
Joana vai ao salão e faz um corte masculino
nos cabelos
O psicólogo pergunta a Juarez se Bernardo
concorda em consultá-lo
CAP. 7
Diante do silêncio do casal, o
psicólogo interpreta a situação.
PSICÓLOGO: O
rapaz não sabe de nada, não é isso?
JUAREZ: Exato,
doutor. Aliás, achamos melhor conversar com o senhor primeiro para depois
falarmos com nosso filho.
PSICÓLOGO: Me
digam uma coisa: esse comportamento do Bernardo é recente, ou vocês se lembram
de algum outro momento onde ele tenha apresentado interesse por coisas
femininas?
LOURDES: Desde
muito pequeno, doutor. Com quatro, cinco aninhos, ele já vestia os meus
vestidos, usava meus saltos, minhas bolsas...
JUAREZ: No
começo eu chamava a atenção, cheguei até a bater algumas vezes. Mas não
acredito que agressão seja a forma correta de se educar.
PSICÓLOGO: O
Senhor está certo. Se o diálogo não resolve, a violência muito menos. Preciso
que o Bernardo venha aqui, de preferência sozinho, para que possa conhecê-lo
melhor. Quero que tenham em mente que isso não é dois mais dois como na matemática.
Vou ouvi-lo, vou conhecê-lo melhor e tentar aconselhar a todos para que
encontrem o caminho mais confortável para todos, ok?
Em Belém, Joaquim caminha com a
amiga nas proximidades do porto.
JOAQUIM: Bicha,
eu preciso arrumar um aqué, uma grana, pra gente fazer aquela viagem pra São
Paulo. Tô louca pra soltar as minhas frangas naquela cidade enooorme... Mas não
consigo arrumar um trabalho...
XANTARA: Querida,
e esse corpinho lindo que você tem, serve pra quê? Vai logo fazer avenida que
você ganha seu aqué em uma semana!
JOAQUIM: Mas
eu não tenho produção, vou me montar como?
XANTARA: Eu
te empresto um look, bunita! Tenho aquela peruca ruiva, que aliás você adora. Eu
te empresto, desde que você não estrague os meus modelitos.
JOAQUIM: E
você acha que rola?
XANTARA: Claro
erê! Podemos ir lá pra aquele posto na beira da rodovia. Lá é babado! Horrores de
bofes caminhoneiros. A senhora vai arrasar!
Joaquim fica todo animado com a
ideia.
Voltando ao sul do país, Joana
chega em casa, sorridente com seu novo visual.
VANILDA
(desapontada): Que marmota é essa, menina? O que aconteceu com o seu cabelo?
JOANA: Cortei,
oras. Tava afim de dar um tapa no visu.
VANILDA: E
você acha que isso ficou bonito?
DIOGO
(entrando na cozinha): Nossa, isso ficou parecendo homem... Que coisa feia!
CLEITON: No
salão que você foi não cortava cabelo de mulher não?
JOANA: Vão
os dois tomar no/
VANILDA: Olha
a falta de respeito! Aqui não é lugar de baixaria não! Você é uma moça, tenha
modos! Por acaso eu lhe ensinei a falar assim?
JOANA: A
senhora tá vendo, são eles que estão me provocando.
VANILDA: Meninos,
deixem sua irmã em paz.
CLEITON: Mas
que ficou parecendo homem, ficou!
Joana entra para o quarto e
bate a porta.
Lá nas Minas Gerais, Gilberto
não se conforma de ter perdido sua carona.
GILBERTO: Tá
vendo o que você fez? Eu perdi a única chance que tinha de me mandar dessa
cidade! Não sei onde tava com a cabeça quando fui te dar atenção.
BONECA: Pense
no que lhe falei: melhor você esperar um pouco, terminar o ano letivo e também
receber o seu mês de serviço na lavoura. Você está liso, sem um tostão no
bolso. Vai precisar de dinheiro para sobreviver até encontrar outro emprego.
GILBERTO: A
cidade inteira já deve estar sabendo de tudo que aconteceu. Acha que vou ter
coragem de botar os pés naquela escola novamente?
BONECA: Isso
é verdade... Mas se não der pra estudar, você poderia pelo menos pegar a sua
grana. Vai precisar dela. (instantes). Estou pensando aqui: você poderia ficar
lá na minha casa uns dias até decidir o que fazer da sua vida. O que acha da
ideia?
Continua amanhã...
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Você sabia?
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