CAP. 1
JOANÉSIA – MG
Gilberto, seus pais e seus
cinco irmãos vivem nesta pequena cidade, com pouco mais de cinco mil
habitantes, que fica próxima a Ipatinga, na região do Vale do Aço. Ele trabalha
numa plantação de café.
GILBERTO
(enxugando o suor do rosto): Pai, terminei o meu eito. Vou tomar um banho e
descansar um pouco. Hoje tenho de ir direto pra escola porque tenho um trabalho
pra fazer com a turma.
AVENOR: Fez
o serviço direito, né? Vai, mas esfria o corpo primeiro, porque água gelada
pode dar constipação.
Gilberto encosta a enxada e se
afasta. Instantes. Avenor percebe que “Boneca” (20 anos, branco), um conhecido
homossexual, que também trabalha na lavoura, segue na direção do riacho.
Intrigado, resolve ir atrás.
AVENOR
(para Zezão): Filho, fica aqui que o pai volta logo.
Na bela cachoeira Gilberto
banha completamente nu e se deleita na água gelada. Depois de um estafante dia
de trabalho, a massagem daquela queda d’água é tudo de que precisa para
relaxar. Pouco depois é surpreendido por “Boneca”, que se despe na margem.
Gilberto ameaça sair da água.
BONECA: Calma,
meu rapaz, eu não mordo não. Se não se importar, podemos tomar banho
tranquilos, afinal o poço é grande e há espaço pra muito mais gente aqui.
GILBERTO: É
que todo mundo/
BONECA: Eu
sei: todo mundo fala horrores de mim por aí, não é? Esse povo fala demais. Mas
se me conhecer melhor, verá que não faço mal a ninguém... Aliás, só faço o
bem...
Gilberto hesita, mas acaba
concordando. Escondido na mata Avenor acompanha tudo.
RECIFE - PE
Nesta bela capital do nordeste
vivem Bernardo, seus pais e seus três irmãos.
Num colégio de classe média alta
a sirene apita. Muito burburinho, empurrar de carteiras, corre-corre, até que
todos se ajeitam e a professora começa a aula.
CIDA: Pessoal,
hoje nós vamos rever o teorema/
BERNARDO
(abre a porta interrompendo, delicado): Com licença, professora. Desculpe o
atraso.
Imediatamente uma histeria
coletiva toma conta da classe. Todos começam a rir descontroladamente. Bernardo
finge não entender. A professora se assusta e tenta compreender as vaias até
que alguém aponta:
CARLINHOS: Ele
está de batom, professora! (risos e mais risos)
Com muito custo Cida consegue
colocar ordem na turma.
CIDA: Você
pode me explicar o que significa isso?
BERNARDO: Eu
estou usando batom, professora, qual o problema?
CIDA: O
problema é o rebuliço que você está causando na minha aula. Eu sinto muito,
Bernardo, mas vou ter de te levar para a Coordenação. Me acompanhe por favor.
Algum tempo depois...
Bernardo aguarda sentado com os
livros junto ao peito quando seu pai adentra a sala.
COORDENADORA: Bom noite, coronel. Como vai o/
JUAREZ
(interrompe, atônito olhando para o filho): Bernardo, o que é isso na sua boca?
Continua amanhã...
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Você sabia?
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legal esse primeiro capítulo... convidativo aos demais... parabéns pela iniciativa, querido!
ResponderExcluirPuxa gostei do seu trabalho, se tiver a oportunidade de ler o meu também, escrevo uma novela há um mês, chama-se Segredos Revelados. http://novelag.blogspot.com.br/
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