24 de dez. de 2011

GLS TEEN - CAP. 36



No capítulo anterior...
- Joaquim questiona a agressividade do pai. Ele diz que foi criado assim e assim criará seus filhos
- Joaquim conta a Xantara sobre a surra e ela o aconselha a aprender a se defender
- Os irmãos questionam a sexualidade de Bernardo e são surpreendidos por ele

CAP. 36

BERNARDO: Quem vai ter de enxergar o quê?
SIMONE (apurada): Ah... Os óculos, a gente tá falando dos óculos da vovó. Mesmo com aquele para-brisa de avião parece que ela não tá enxergando direito...
BERNARDO: Ah sim... Tá precisando trocar mesmo... Outro dia fui lá e ela me chamou de Airton...
AIRTON: E a mim ela chamou de Bernardo... E olha que a gente não se parece quase em nada...
SIMONE: Então, vamos dar um toque no papai pra tomar uma providência. Agora vou ali arrumar meu quarto. Beijos, manos. (e sai)

Airton e Gerson se entreolham aliviados por Simone ter conseguido contornar a situação.

Joana e Sérgio se falam pelo telefone. Ela na sala de sua casa e ele na oficina de motos na qual trabalha.

JOANA: E aí, gato, ainda tá com raiva de mim?
SÉRGIO: Raiva não é a palavra certa. Digamos que fiquei chateado com o que você fez. Lembra que bateu o portão na minha cara e me mandou embora?
JOANA: Ah, me desculpe, sou meio impulsiva mesmo de vez em quando. E aquele dia tinha tomado umas cervejas a mais.
SÉRGIO: É, você anda bebendo demais para uma garota da sua idade...
JOANA: Mas, você aceita o meu pedido de desculpas? Estou disposta a lhe recompensar por isso...
SÉRGIO: Recompensar, é? Como assim?
JOANA: Vai de carro pro colégio hoje que eu te explico...
SÉRGIO: Vou tentar conseguir o carro emprestado aqui. Por quê? Você quer ir a algum lugar?
JOANA: É uma ideia que tive aqui... Mas só rola se você carro, ok? Beijos (e desliga)

Sérgio fica imaginando o que ela pode estar tramando, mas fica animado.

Em Ipatinga, Gilberto vai à nova escola. É seu primeiro dia de aula. A professora o apresenta.

PROFESSORA: Pessoal, hoje temos colega novo na classe, é o Gilberto, que está vindo de Joanésia para concluir o ano aqui.

Gilberto fica de pé para que os amigos o vejam. Senta-se e a aula continua normalmente.

Na hora do recreio um colega o aborda e puxa papo. É Marinho, um homossexual assumido. Assim que ele se retira, dois alunos se aproximam de Gilberto.

ALUNO 1: Cuidado com esse aí (e mostra Marinho)
GILBERTO: Por quê? Ele me pareceu um cara tão legal...
ALUNO 1: Ele é fruta, boiola, saca? Se ficar dando moral pra ele, vai queimar o seu filme...
GILBERTO: Ah sim... Mas ele me pareceu gente fina.
ALUNO 1: Mas é assim mesmo: ele chega com esse jeitinho de quem não quer nada, com essa conversa mole e depois vai te intimar pro esquema, saca?
GILBERTO: Entendi. Vou tomar cuidado.
ALUNO 1: Eu não curto essa raça. Boiola comigo é na porrada.
ALUNO 2: Que nada, pra mim quanto mais boiola, melhor... Quanto mais viado no mundo, mais mulher sobra pra eu pegar... (risos)
GILBERTO (sem graça): Pois é, né, toda moeda tem dois lados...
ALUNO 1: Problema é que eles vem sempre pra cima da gente. E pra cima de mim, se vier eu desço o braço. Quero graça com essa raça não.

Gilberto fica constrangido com os comentários preconceituosos do rapaz, mas tenta fingir naturalidade.

Em Blumenau, na sala de aula...

SÉRGIO (cochichando): Aonde a gente vai depois da aula? Estou curioso...
JOANA: Surpresa... Na hora certa você vai saber...

Sérgio passa o horário todo intrigado, mas Joana não dá pistas.

Chegada a hora do recreio, os dois entram no carro e Sérgio é só ansiedade. Ele liga o motor e fica olhando para Joana, esperando que lhe diga que rumo tomar.

JOANA: Sabe a BR-470, na saída da cidade tem um certo Chalé/
SÉRGIO (interrompendo): Chalé Oásis? O motel?
JOANA: Isso mesmo, ou você não quer?

Continua segunda-feira...


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Você sabia?

Em uma compilação detalhada de materiais históricos e etnográficos de culturas pré-industriais, "forte desaprovação da homossexualidade foi relatada em 41% das 42 culturas; aceita ou ignorada por 21% e 12% não relataram tal conceito. Das 70 etnografias, 59% relataram a homossexualidade como ausente ou rara em frequência e 41% a relataram como presente ou como não incomum".

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