13 de dez. de 2011

GLS TEEN - CAP. 26


No capítulo anterior...
- O time de Bernardo vence, mas a torcida adversária contesta sua presença no time
- Depois de um bate-boca as diretoras são chamadas para resolver o impasse
- O time de Bernardo é desclassificado e alguns colegas o culpam pela derrota
- Gilberto é mandado cumprir uma tarefa no ginásio e o homossexual Adriano o assedia

CAP. 26

GILBERTO: Nossa, é assim? Bem que as outras serventes tinham me falado que você é bem alegrinho... Até a dona Selma me falou...
ADRIANO: Querido, você não viu nada! Adelaide Catarina não brinca em serviço! Eu passo o rodo geral... Em todos os sentidos que você puder imaginar (risos debochados)
GILBERTO: É, mas por enquanto acho melhor a gente trabalhar direito. Eu entrei no serviço agora e não tô afim de perder o meu emprego não. Eu preciso muito desse trabalho.
ADRIANO: Quem disse que a gente não vai trabalhar direito, bofe? Adelaide Catarina é quase uma escrava Isaura nesse colégio. Faço meu serviço muito melhor do que aquele bando de amapoas. Mas é claro que, se sobrar um tempinho eu me divirto, afinal de contas eu não tô morta, não sou obrigada...
GILBERTO: Melhor assim. Então vamos logo lavar o ginásio, porque a dona Selma falou que depois vem aqui fiscalizar o serviço.

Gilberto liga a mangueira e começa a molhar a quadra. Sem querer ele acaba jogando água em Adriano, que reclama de imediato.

ADRIANO: Ai, bofe! Você me molhou toda! (e toma a mangueira de Gilberto) Já vi que você não entende nada de mangueira. (risos irônicos) Deixa eu jogar essa água e você esfrega, porque que mangueira eu entendo muito melhor que você.

Entre uma gracinha e outra, eles cumprem a tarefa com agilidade. Em pouco tempo o ginásio está lavado. E Selma chega para fiscalizar.

SELMA: Trabalharam bem, rapazes. Ficou limpinho, do jeito que eu gosto. Que bom que vocês se entenderam. (para Gilberto) Adriano é muito caprichoso, mas tem um gênio... O outro rapaz que trabalhava aqui, antes de você, preferia lavar o ginásio sozinho a ter que trabalhar junto com ele.
ADRIANO: Porque aquele songa-monga queria fazer tudo mal feito pra acabar rápido. E como eu não aceitava, ele ficava criando caso comigo...
SELMA: Foi por isso que dispensei os serviços dele: andava fazendo muito corpo mole. Que bom que vocês se entenderam. É um problema a menos pra mim. E agora podem ir almoçar que as serventes já devem ter servido o almoço.

Joaquim está em seu quarto, lendo uma revista de moda, quando seu pai entra.

RONALDO (irônico): Ora, ora, finalmente encontro o senhor em casa...
JOAQUIM: Que foi, pai, algum problema?
RONALDO: Problema é que você não anda parando em casa mais, só chega em casa às tantas todos os dias, não dá satisfação de nada... Por onde você tem andado, moleque?
JOAQUIM: Em lugar nenhum, pai. Eu tô sempre por aqui. O senhor é que vive no bar bebendo com os seus amigos e não me vê aqui em casa...
RONALDO: Não tenta inverter as coisas não, ô moleque. Pensa que eu tô dormindo mas não vejo você chegando em casa altas horas todos os dias? Eu vou te falar uma coisa: eu continuo de olho em você. Se tiver mijando fora do penico eu vou descobrir e você vai se ver comigo...
JOAQUIM: Eu sempre aviso pra minha mãe quando eu saio. É só perguntar que ela sabe onde eu fui.
RONALDO: Você engana a sua mãe, que é uma tonta. Sua mãe é uma mosca morta, você e seus irmãos fazem dela gato e sapato. A mim você não engana, rapaz...
JOAQUIM: O senhor tem mania de achar que a gente tá sempre fazendo alguma coisa errada. Isso já virou perseguição...
RONALDO: Seu pai é rodado, moleque. Quando você tá indo plantar a macaxeira, eu já tô comendo a farinha faz tempo...

Em Blumenau, Sérgio e Joana chegam da escola. Seu pai os aguarda no portão.

TATÃO: Pode entrar, Joana, que a minha conversa hoje é com esse rapazinho aí.

Sérgio fica apreensivo.

Continua amanhã...


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Você sabia?

Em 1879, Gustav Jager usou os termos de Kertbeny em seu livro "Descoberta da Alma". Em 1886, Richard von Krafft-Ebing usou os termos homossexual e heterossexual, em seu livro "Psychopathia Sexualis", provavelmente emprestando-os de Jager. O livro de Krafft-Ebing era tão popular entre leigos e médicos que os termos "heterossexual" e "homossexual" se tornaram os mais aceitos para designar orientação sexual.

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