31 de jan. de 2012

GLS TEEN - CAP. 68



No capítulo anterior...
- Bernardo fala de seus problemas para Ramon, mas sem entrar em detalhes
- Sérgio aborda Joana no colégio, mas ela não lhe dá muita atenção
- Também na escola, Gilberto vira alvo das piadinhas dos colegas por ter falhado no sexo
- Dadinho tenta convencer Gilberto de seu desinteresse por mulheres

CAP. 68

GILBERTO: Ah! Lá vem você com esse papo de novo!
DADINHO: Pensa, cara: as últimas vezes que você insistiu em sair com mulher você deu pra trás, não funcionou. Quando sai com homem a coisa funciona. Você só pode estar perdendo o interesse pelas barangas...
GILBERTO (nervoso): Eu curto mulher sim, cara! Eu não tenho culpa se você e o Adelaide Catarina não curtem. Vocês são bichonas, mas eu não... Eu sou macho.
DADINHO: Então tá bom, não tá mais aqui quem falou. (resmungando) O pior cego é aquele que não quer ver...

Corta rápido para a cena seguinte. Gilberto continua a conversa, mas desta vez com o colega de trabalho.

ADRIANO: A Dadinha tá coberta de razão. Você tá perdendo o interesse pelas amapoas, querido. Aceita a verdade.
GILBERTO: Ah... E você acha isso também?
ADRIANO: É claro, bofe dos meus sonhos. Porque você ainda insiste em ficar se enganando? Isso é assim mesmo, acontece com todo mundo. Graças a Deus, comigo não... Eu já não gostava de mulher desde a maternidade.
GILBERTO: Como assim?
ADRIANO: A primeira rachinha que se engraçou comigo e eu já disse logo: sai daqui, mocreia! Mas, falando sério: aceita a realidade... E bem vindo ao time das monas.
GILBERTO: Me respeita, rapaz! Eu não sou dessa turma aí não.
ADRIANO: Nem eu. Também sou o maior machão. Ui!

Gilberto não se conforma.

No quarto dos irmãos...

GERSON: Você demorou pra sair da escola ontem, o que houve?
BERNARDO: Eu tava falando com o Ramon.
GERSON: E não dava pra falar durante a aula, tinha de ser depois do horário?
BERNARDO: Tinha, e daí? Qual o problema?
GERSON: Isso é você quem tem que contar. Eu vi quando ele te entregou dinheiro. Que dinheiro era aquele?
BERNARDO: Ai, meu Deus! Deu pra me vigiar agora também?
GERSON: Não enrola, Bernardo, que dinheiro era aquele? Qual é a treta de vocês dois?
BERNARDO: Eu emprestei uma grana pro Ramon e ele tava me devolvendo. Só isso.
GERSON: E desde quando vocês são amiguinhos? Não foi ele que quase te deu umas porradas uma vez lá no colégio?
BERNARDO: Foi, mas isso é coisa do passado. Intriga daquelas fofoqueiras lá da minha sala. Agora a gente tá se entendendo.
GERSON: Pera aí, você tá molhando a mão dele pra não te perseguir ou a treta é outra?
BERNARDO: Vamos parar com esse interrogatório? A mesada é minha, o dinheiro é meu, e eu faço dele o que bem quiser. Não tem treta nenhuma. Isso é coisa da sua cabecinha que só pensa besteira. Estamos entendidos?
GERSON: Vamos ver se o seu Juarez pensa assim também...
BERNARDO: Não vai falar nada pro meu pai, por favor. A gente já não tá se entendendo bem...
GERSON: Você quem sabe: ou me conta essa história direito ou não vou ter alternativa senão abrir o bico.
BERNARDO: Tá bom, eu conto em detalhes. Senta aqui que eu te conto.

Bernardo relata toda a história do teste no time de futebol e as circunstâncias em que emprestou dinheiro para Ramon.

Em Belém, Joaquim e Xantara estão exaustos depois de uma longa faxina no apartamento.

JOAQUIM: Ai, bicha, chega! Estou um trapo de tão cansada. Estou limpando casa desde cedo, não aguento mais. Eu sou uma bicha fina. Mexer com sabão estraga as minhas unhas...
XANTARA: É bom que fique um brinco mesmo, porque a patroa é exigente e chata. Ela põe defeito em tudo e em todos.
JOAQUIM: Nossa, do jeito que você fala parece que essa trava é uó!
XANTARA: E é mesmo, querida. Você não viu nada ainda...

Nisso faz-se um barulho na fechadura da porta do apartamento.

XANTARA: É ela, bicha! A patroa chegou.

Cicciolina entra com uma produção over: capa amarelo ouro, sobre um tubinho preto. Cabelos quase brancos de tão loiros, com um óculos enorme, e arrastando apenas uma valise.

CICCIOLINA: Oi querida! Quanto tempo! (dá beijinhos) (e olhando para Joaquim com ar de desprezo) E essa criaturinha insignificante, quem é? De onde você tirou isso?

Joaquim fica pálido.

Continua amanhã...


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Você sabia?

A Associação Americana de Psiquiatria, a Associação Americana de Psicologia e a Associação Nacional dos Trabalhadores Sociais, em 2006, declararam que:

As evidências disponíveis indicam que a grande maioria dos homossexuais foram criados por pais heterossexuais e que a grande maioria das crianças criadas por pais homossexuais crescem como heterossexuais. Ou seja, o comportamento dos pais em nada influencia na orientação sexual dos filhos.

30 de jan. de 2012

GLS TEEN - CAP. 67



No capítulo anterior...
- A massagista tenta excitar Gilberto, mas ele falha mais uma vez
- Constrangido Gilberto deixa a casa de massagem sob críticas dos amigos
- Joaquim está feliz com seus programas, mas Cicciolina liga avisando que vai chegar
- Ramon paga o dinheiro que deve a Bernardo e quer saber o que se passa com ele

CAP. 67

BERNARDO: Nossa, eu tô dando tanta bandeira assim?
RAMON: Eu diria que sim. A gente tá acostumado com você na sala de aula, sempre alegre, sorridente, conversando com todo mundo. Agora tem muitos dias que você tá caladão, não brinca, não ri... Já deu pra perceber que alguma coisa não tá legal...
BERNARDO: Os problemas são aqueles de sempre: o povo lá em casa pegando no meu pé, me controlando... Eu ando revoltado com isso. Tô com vontade de mandar todo mundo pra aquele lugar.
RAMON: Entendo. Acontece comigo de vez em quando também. Mas, olha, se quiser conversar, trocar uma ideia... Como eu te disse, eu não entendo nada desses lances seus, mas de encheção de saco de pai e mãe eu entendo bem...
BERNARDO: Eu agradeço muito. Se precisar eu te procuro. Melhor irmos agora, antes que meus irmãos sintam a minha falta.
RAMON: Ó, e mais uma vez: muito obrigado. No dia que eu for um jogador famoso, não vou me esquecer que você me ajudou.

Bernardo sorri, recompensado.

Em Blumenau, Sérgio aborda Joana na saída do colégio.

SÉRGIO: Será que a gente pode levar um papo?
JOANA: Já é. O que foi?
SÉRGIO: Eu queria saber se tá tudo bem com você. Fiquei sabendo que você se entendeu com o seu pai, voltou pra casa...
JOANA: Nossa, como esse povo é fofoqueiro! Quem te falou isso?
SÉRGIO: A sua irmã Renata, oras. A cunhadinha é minha aliada, esqueceu?
JOANA: Tinha que ser aquela língua de trapo! É verdade, eu voltei pra casa e a gente tá se entendendo. Pelo menos por enquanto, enquanto ele não começa a pegar no meu pé.
SÉRGIO: Bom, eu quero dizer que eu fico feliz que tudo tenha terminado bem. Apesar da gente não namorar mais, eu ainda me preocupo com você.
JOANA: Agora você fica feliz né? Mas na hora que precisei, você foi o primeiro a bater com a porta na minha cara. Agora não adianta querer vir dar uma de bonzinho não que não vai colar.
SÉRGIO: Entenda, Joana, eu não podia te aceitar lá em casa. Seu pai tinha acabado de ir lá no oficina e pagar o maior sapo pra mim, sem eu dever nada. Imagine se eu tivesse te aceitado lá em casa, o coroa tinha me detonado...
JOANA: Meu pai é chato mas ele não morde não... Você não precisava ficar se cagando todo de medo dele. Sabia que eu passei aquela noite na rua, dormindo no banco da praça porque não tinha pra onde ir?
SÉRGIO: Eu sinto muito. Não queria que as coisas tivessem acontecido assim...
JOANA: Eu agradeço, mas se é só isso, eu já vou indo. Até amanhã. (e sai)

Em Ipatinga, na noite seguinte, novamente Gilberto é alvo das piadinhas dos colegas.

COLEGA 4: Que parada é essa, Gilberto, que você negou fogo ontem? De novo?
GILBERTO: Quem falou isso? De onde você tirou essa ideia?
COLEGA 4: É, meu amigo, as notícias correm... O boato já se espalhou aqui na sala, tá todo mundo sabendo...
GILBERTO: Nossa, esse povo é fofoqueiro demais. Será que eles não têm nada mais interessante pra fazer do que falar da vida dos outros?
COLEGA 5: Pô, você não tem idade pra viver brochando assim não cara... Sei lá, mas tem alguma coisa errada nessa história...
COLEGA 6: Ê Gilberto, a coisa tá começando a ficar feia pro seu lado... Primeiro o cara pega a menina mais filé da sala e falha na hora H, depois pega outro filezão e falha de novo...
COLEGA 5: E pra piorar mais as coisas, vive pra baixo e pra cima com o Dadá, o cara mais frutinha do colégio... (risos) Sei não, Gilberto, mas será que você não tá jogando no outro time?
GILBERTO: Me respeita, rapaz! Respeito é bom e todo mundo gosta...

Gilberto se afasta do grupo. Dadinho se aproxima.

DADINHO: O quê que tá pegando? A galera tá te zoando de novo?
GILBERTO: Pois é, esses caras são um bando de desocupados, não tem nada mais interessante pra fazer do que ficar pegando no pé dos outros.
DADINHO: Foi o lance da casa de massagem ontem, não foi?
GILBERTO: Até você já sabe disso?
DADINHO: Eu e a sala inteira, né queridinho? As notícias aqui voam, sabia?
GILBERTO: Então, eu não sei o que aconteceu... Acho que eu tava sob pressão, entende? Parece que desde o começo eu sabia que alguma coisa ia dar errado...
DADINHO: Gilberto, tá na hora de você abrir o seu olho... Você sai com mulher e a coisa não funciona, sai de novo e a decepção se repete. Você não acha que tem alguma coisa errada nessa história?
GILBERTO: Não. O quê que tem de errado?
DADINHO: Quando você sai comigo, tudo funciona direitinho. Quando você saiu com aquele seu coleguinha do trabalho, como foi?
GILBERTO: Funcionou tudo direitinho.
DADINHO: Então... Quando sai com homem, a coisa funciona, quando sai com mulher, a coisa desanda. Isso não te diz nada não?

Continua amanhã...


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Você sabia?

A Associação Americana de Psiquiatria, a Associação Americana de Psicologia e a Associação Nacional dos Trabalhadores Sociais, em 2006, declararam que:

Atualmente, não há consenso científico sobre os fatores específicos que levam um indivíduo a tornar-se heterossexual, homossexual ou bissexual, incluindo possíveis fatores biológicos, psicológicos ou sociais da orientação sexual de seus pais. 

28 de jan. de 2012

GLS TEEN - CAP. 66



No capítulo anterior...
- Tatão exige que Vanilda cobre disciplina de Joana
- Lourdes e Juarez comentam o afastamento de Bernardo
- Juarez vai falar com Bernardo, mas ele se mantém distante
- Os amigos levam Gilberto a uma casa de massagem. A moça tenta assediá-lo sexualmente

CAP. 66

GILBERTO: Uai, mas não estamos nos divertindo?
MASSAGISTA: Não é disso que estou falando, seu bobinho...

A moça tenta excitá-lo, mas Gilberto permanece indiferente. Com o passar do tempo ele começa a ficar constrangido.

GILBERTO: Então, acho que relaxei até demais com a sua massagem...
MASSAGISTA: É assim mesmo, mas vamos dar um jeito nisso rapidinho...

Mais uma, duas... Três tentativas e nada. Gilberto já está muito constrangido.

GILBERTO: Então, acho melhor a gente deixar essa brincadeira pra uma próxima vez. Acho que hoje não vai rolar...
MASSAGISTA: É uma pena, porque eu estava tão interessada em me divertir um pouquinho com você...
GILBERTO: Eu fico te devendo essa. Numa próxima vez a gente se diverte primeiro e depois relaxa. (e vai vestindo a roupa)

A moça conduz Gilberto até a sala.

AMIGO 1: E aí, Gilberto, gostou da massagem?
GILBERTO (sem graça): Ô! Foi bom demais...
MOÇA: Foi uma pena que seu amiguinho não quis o serviço completo...
AMIGO 2: Como assim, não quis o serviço completo? Mas a segunda parte é muito melhor que a primeira...
MOÇA: Pois é, ele tava meio tenso e não funcionou na hora H...
AMIGO1: Ah não! Não diga uma coisa dessas, Gilbertão! Negou fogo de novo?
AMIGO 2: Fala sério, cara! A gente veio aqui pra isso...
GILBERTO (nervoso): Vamos embora daqui? No caminho a gente conversa.

Gilberto sai apressado do lugar, enquanto seus amigos sem olham sem entender o que possa ter acontecido.

Depois de algumas horas no posto, Joaquim se aproxima de Xantara.

JOAQUIM: Mona, meu upgrade no visual abalou Bangu! Já atendi quatro clientes só hoje...
XANTARA: Nossa, a senhora tá poderosa, hein, biba?
JOAQUIM: É assim, querida: cliente bem atendido sempre volta. Dois de hoje eu já tinha atendido antes... Gostaram do serviço de Bebel...

Nisso o celular toca.

XANTARA: E aí bunita! Como você está? ... Ah sim, fico te esperando então. Adeuzinho, lady Cicciolina (e desliga)
JOAQUIM: Era sua amiga?
XANTARA: Sim, a perigosa tá dizendo que chega amanhã.
JOAQUIM: E essa biba é legal?
XANTARA: Bicha, não vou te enganar não... Comigo ela é gente fina, porque eu sei de todos os podres dela, mas no geral ela é uó! Sabe como é: a trava já morou em Milão, tem peitão, silicone, é rica... Só não é mais metida por falta de espaço.
JOAQUIM: Espero que ela goste de mim...

Na saída da escola, Ramon faz um gesto para Bernardo, indicando que quer falar com ele. Bernardo se dirige para uma área mais reservada do pátio e Ramon o segue.

BERNARDO: Você quer falar comigo?
RAMON: Então, quero sim. Quero te devolver aquela grana que você me emprestou.
BERNARDO: Mas já? Eu nem tava lembrando disso mais...
RAMON: Mas eu tava. Prometi que ia pagar e aqui está (enfia a mão na bolsa e entrega algumas notas para o amigo)
BERNARDO: Tem certeza que já pode pagar, não vai te fazer falta?
RAMON: Não. Eu recebi uma mesada do meu pai. Tá tudo certo. Muito obrigado por confiar em mim.
BERNARDO: ora, os amigos são pra essas coisas. Mas, me diga, como foi o teste lá?
RAMON: Então, foi muito bom. Eu fui escolhido na primeira seletiva e agora vai ter uma outra no mês que vem. Eu tô acreditando que vai dar tudo certo.
BERNARDO: Tomara. Eu tô torcendo por você. De coração mesmo.
RAMON: Eu sei. E te agradeço muito por isso. Mas e você? Tenho notado nos últimos dias que anda tão calado, tão distante, tem alguma coisa pegando?

Continua na segunda-feira...


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Você sabia?

Pacífico sul - Apesar de serem praticadas por muito tempo, muitas sociedades da Melanésia (Papua-Nova Guiné), no entanto, tornaram-se hostis para com as relações entre pessoas do mesmo sexo desde a introdução do cristianismo pelos missionários europeus a partir da segunda metade do século XIX.

27 de jan. de 2012

GLS TEEN - CAP. 65



No capítulo anterior...
- Tatão ouve as reclamações de Joana e os apelos de Vanilda
- Diante de tanta insistência, Tatão se dispõe a aceitar Joana, mas impõe condições
- Adriano demonstra ciúmes de Gilberto, que diz que vai sair com mulheres
- Joana aceita as condições do pai e fica eufórica com a volta pra casa

CAP. 65

TATÃO (assim que Joana sai): E você, mulher, trate de cobrar dela. Não afrouxe o cabresto não. Essa é a oportunidade que a gente tem de chamar ela à razão. Se não trazer na rédea curta, daqui uns dias tá do mesmo jeitinho que tava antes...

Vanilda nem responde, de tão feliz que está com a volta da filha.

Em outro ponto do país, outro casal conversa sobre o filho, enquanto se vestem no quarto.

LOURDES: Eu ando muito preocupada com o Bernardo. Esse menino tá muito quieto, não quer conversa com ninguém, anda muito pensativo...
JUAREZ: Você acha que tem a ver com aquela discussão que tivemos dias atrás?
LOURDES: Como eu vou saber? Ele não se abre, não fala nada. Mas tudo indica que sim. O Bernardo não é assim, é um menino alegre, comunicativo, prestativo... Agora tá parecendo uma borboleta no casulo, se isolou de tudo e de todos.
JUAREZ: Os filhos... E a gente que achava que eles só dariam trabalho quando eram pequenos... Parece que quanto mais cresce, pior fica, porque quando são pequenos, os problemas são simples, mas à medida que crescem os problemas vão crescendo também...
LOURDES: Não reclama, homem, nossos filhos são verdadeiras bênçãos de Deus na nossa vida. Nunca nos criaram maiores problemas. Essas piticas aí passam.
JUAREZ: Pode deixar, eu vou falar com ele.
LOURDES: Mas vá com jeito, vê se não complica mais as coisas.
JUAREZ: Fique tranquila.

Juarez bate à porta do quarto. Bernardo abre.

JUAREZ: Filho, será que a gente pode conversar um pouquinho?
BERNARDO (desinteressado): Conversar sobre o quê, pai?
JUAREZ: Nós temos notado você muito diferente nos últimos dias, muito quieto, calado nos cantos, não quer papo com ninguém... Está acontecendo alguma coisa, filho?
BERNARDO: Nada de especial não...
JUAREZ: Você está assim por causa daquela nossa última discussão, não é?
BERNARDO: Também...
JUAREZ: Entenda, filho, seus pais e seus irmãos só querem o seu bem. A gente não faria nada pra te prejudicar, nós só queremos o melhor pra você, embora não pareça.
BERNARDO: Eu sei, pai, mas tá tudo bem. Não há com que se preocupar. Pode ficar tranquilo.
JUAREZ: Seu pai está aqui, se quiser conversar, se abrir, aqui você tem um amigo.
BERNARDO: Conversar pra quê, se o senhor não entende nada que eu falo? Se só a vontade do senhor é que vale?
JUAREZ: Não é assim... Não tente levar as coisas pra esse lado.
BERNARDO: Tá bom, pode deixar. Se me der vontade de conversar, eu falo com o senhor.
JUAREZ: Está bem. Agora vou indo porque já está em cima da hora. Até mais, filho (e sai)

BERNARDO: Conversar... Conversar pra quê? Eu não tenho vontade nenhuma de falar nada... Vocês não me compreendem mesmo.

Cai a noite. Gilberto sai com dois amigos da escola. Eles vão a um bar.

AMIGO 1: Depois daqui a gente poderia dar um pulo lá na casa das meninas, o que vocês acham?
AMIGO 2: Meninas que você fala é... Menina de esquema?
AMIGO 1: É, isso mesmo, mulher de programa. Eu conheço um lugar legal. Elas falam que é casa de massagem, só que depois da massagem a mulher faz um outro tipo de massagem, entende?
GILBERTO: E isso é bom? Eu nunca fui num esquema desses...
AMIGO 1: Sempre tem a primeira vez, oras... É um esquema prático, saca? Você chega lá, escolhe a mulher e vai logo pros finalmentes, não tem de ficar dando volta, jogando conversa, saca?
GILBERTO: Tá bom, se você tá dizendo que é assim, vamos nessa então.

Eles pagam a conta e saem animados.

Já na “casa de massagem”, cada um escolhe uma garota. Gilberto até gosta da massagem nas costas e se sente relaxado.

GILBERTO: Nossa, isso é muito bom. Eu devia ter descoberto isso antes...

Depois de um tempo a moça começa a assediá-lo sexualmente.

MASSAGISTA: Bom, agora que você já está bem relaxado, a gente podia se divertir um pouquinho... O que você acha?

Continua amanhã...


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Você sabia?

Pacífico sul - Em muitas sociedades da Melanésia, especialmente em Papua-Nova Guiné, as relações do mesmo sexo eram parte integrante da cultura até meados do século XIX. Em muitas culturas tradicionais da Melanésia um menino na pré-puberdade formaria um casal com um adolescente mais velho, que se tornaria seu mentor e que iria "inseminá-lo" (oral, anal, ou topicamente, dependendo da tribo) ao longo de vários anos para que o mais jovem também atingisse a puberdade.

26 de jan. de 2012

GLS TEEN - CAP. 64



No capítulo anterior...
- Helena questiona a orientação sexual de Joaquim numa conversa franca
- Joaquim se recusa a voltar pra casa, mas diz que dará notícias à mãe
- Gerson, Airton e Simone questionam o isolamento de Bernardo
- Joana almoça com a mãe, mas é surpreendida pelo pai, que é hostil

CAP. 64

TATÃO: Pensei que na casa da sua avó as coisas tivessem muito boas. Eu tô surpreso com a sua visita aqui...
JOANA: Pois é, pai, é sobre isso que eu vim aqui falar com senhor...
TATÃO: Huuuummm, posso imaginar...
JOANA: Pai, eu não aguento mais morar com a minha avó. Aquela velha é muito chata!
TATÃO: “Aquela velha”? Isso é jeito de você falar da minha mãe?
JOANA: Pai, o senhor sabe, eu sou assim mesmo...
TATÃO: Sei... Sei que pelo visto você não mudou nada, continua a mesma mal criada e mal agradecida de sempre. Você deveria ser muito grata à minha mãe, porque se não fosse ela, sabe Deus onde você estaria morando agora...
VANILDA: Vai com jeito, minha filha, conversa direito, desse jeito você não vai chegar a lugar algum...
JOANA: Então, pai, a minha avó me obriga a fazer coisas que eu não gosto. Quer que eu vá com ela à igreja todos os dias. O senhor sabe, esse negócio de igreja é uma chatice só...
TATÃO: Tem de pagar a conta de algum modo, não é filha? É só aqui em casa que você mora, come, bebe de graça e ainda reclama. Aí fora, aonde você for, vai ter de pagar a conta... O mundo é assim...
VANILDA: Não dificulta, Tatão, deixa a menina falar...
JOANA: Pai, eu quero voltar pra casa. Eu não aguento mais morar na casa da minha avó.
TATÃO: Ah, então é isso? Tanto rodeio pra chegar no ponto? Eu não sei... Sinceramente eu não sei, preciso pensar um pouco. Será que você aprendeu alguma coisa? Será que tirou alguma lição desse episódio todo?
VANILDA: Facilita as coisas, homem, é a sua filha...
TATÃO: Tá bem, eu aceito você de volta. Mas tem uma condição.

Joana e Vanilda se olham apreensivas.

Gilberto faz alguns comentários sobre Dadinho. Adriano não gosta.

ADRIANO: Sei não, hein, mas acho que você tá muito chegado nessa tal Dadinha. Pra mim tá rolando alguma coisa entre você e a biba.
GILBERTO: Como assim, porque você tá falando isso?
ADRIANO: Ora, porque todo dia você me conta alguma história dessa bichinha. Acho que você desceu do muro de vez e já escolheu de que lado você quer ficar.
GILBERTO: Ih, ó o cara... Tá com ciúmes, é boneca? Calma, tem pra todo mundo.
ADRIANO: Tô sim. Adelaide Catarina não é de dividir os seus bofes com a comunidade não... Ou o bofe é meu ou é das outras.
GILBERTO: Palhaço... Você sabe que nosso lance é muito mais amizade... Aquilo que rolou entre a gente foi momento. Passou... Agora somos apenas bons amigos.
ADRIANO: Sei... Só sirvo pra ouvir chororô de biba magoada, né?
GILBERTO: Quem é biba aqui? Quem?
ADRIANO: Eu, oras, a bunita aqui. Você é o machão todo poderoso. Por enquanto... (risos) Daqui a pouco vira uma passiva e entra pra concorrência... (risos debochados)
GILBERTO: Me respeita, rapaz! Eu sou espada!
ADRIANO: É mesmo, mas não se esqueça: espada corta dos dois lados...
GILBERTO: Por falar em dois lados, hoje vou sair com uns caras da escola. Vai rolar umas gatinhas na parada...
ADRIANO: Você ainda insiste nessa história de sair com amapoa? Jura que é lésbica, né?
GILBERTO: Como você é cretino! Não tem jeito de falar sério com você não... Eu já não te falei que curto mulher também? Eu curto, oras. Não tenho culpa se você não gosta...
ADRIANO: Gosta mesmo... Do jeitinho que você gostou daquela coleguinha da escola...
GILBERTO: (percebendo a chegada da patroa) Ih, disfarça que a dona Selma vem aí...

Os dois começam a varrer.

Pais e filha continuam a conversa em Blumenau.

TATÃO: Eu aceito você de volta com a condição que você mude de atitude: respeite os horários de chegar em casa, deixe de ser mal criada com a sua mãe e ajude nas tarefas da casa. Se você aceitar...
JOANA (eufórica): Aceito, pai. Aceito. Eu faço qualquer coisa pra sair da casa daquela ve/ (corrigindo) quer dizer, da minha avó. Vou lá agora mesmo buscar as minhas coisas.

Entusiasmadas, Vanilda e Joana se abraçam. Ainda eufórica Joana se atira sobre o pai e o beija.

Continua amanhã...


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Você sabia?

Europa - A partir da segunda metade do século XIII, a morte era a punição mais comum para a homossexualidade masculina na maior parte da Europa. Com o Renascimento, cidades ricas no norte da Itália, em particular Florença e Veneza, eram conhecidas pela sua prática generalizada do amor entre pessoas do mesmo sexo, praticado por uma parte considerável da população masculina e construído ao longo do padrão clássico estético da Grécia e Roma.